|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lei de Murphy
Um dos principais articuladores da dance music de vanguarda, norte-americano James Murphy retorna ao Brasil com o LCD Soundsystem
LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SEATTLE
Quando a história da música
jovem dos anos 00 for contada,
o americano James Murphy,
40, terá lugar de destaque no
capítulo dedicado ao novo rock
e à dance music de vanguarda.
Ficha rápida: cantor, produtor, multiinstrumentista, líder
do LCD Soundsystem, dono da
gravadora DFA Records, remixador de primeira, autor de um
dos melhores álbuns de 2007
("Sound of Silver"), performer
de um dos melhores shows da
atualidade na intersecção
rock/dance, articulador de várias das melhores cenas musicais do planeta. Dificilmente
Murphy será esquecido.
Por outro lado, ele próprio
parece esquecer passagens dessa trajetória de herói do dance-punk, dance-rock, indie-dance,
do que for. Murphy não se lembra de nenhuma das duas apresentações que o LCD
Soundsystem fez no Brasil,
uma em 2004 (Sonarsound),
outra em 2006 (Skol Beats).
"A bebida de vocês é de apagar qualquer memória recente.
O que lembro é que em 2006
passei uns dias curtindo uma
bela praia [Maresias, litoral
norte de SP] e que em nenhum
minuto fiquei sóbrio no Brasil.
Dos shows, não lembro nada",
diz James Murphy em conversa com a Folha, horas depois
do show do LCD Soundsystem
em Seattle, no final de setembro, o artista já no ônibus da
turnê, rumando com o seu circo dance para Salt Lake City.
Murphy terá quatro chances
para se lembrar de como é tocar no Brasil. O LCD Soundsystem se apresenta em novembro
em São Paulo, Belo Horizonte,
Rio e Brasília. O show de SP,
dia 13/11 no Via Funchal, abre a
terceira visita da banda ao país.
Em BH, no dia seguinte, o LCD
Soundsystem é atração principal do Eletronika Festival, que
ainda terá na programação o
grupo Battles, entre outros.
O show recente da banda, tal
qual o visto em Seattle e que
tem o elogiado disco "Sound of
Silver" (lançado em março) como base, é feito de "brincadeiras", conta Murphy. Ele diz que
não é sério quando canta
"North American Scum" (norte-americanos imorais), o primeiro single do disco, que chegou ao top 40 na parada inglesa
de singles, ainda hoje um hit
nos shows. A letra diz: "Odeio o
jeito como você me olha só porque somos americanos".
"É uma piada minha e da
banda. Acho engraçado a platéia européia não entender a
música. Acham que estamos falando sério. Alguns até se inflamam na hora do "north american scum". Não estou aqui para
manifestos políticos. Até digo:
"Let's rock North America"."
Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: LCD reflete crise de identidade de Nova York Índice
|