São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2007

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Lei de Murphy

Um dos principais articuladores da dance music de vanguarda, norte-americano James Murphy retorna ao Brasil com o LCD Soundsystem

LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SEATTLE

Quando a história da música jovem dos anos 00 for contada, o americano James Murphy, 40, terá lugar de destaque no capítulo dedicado ao novo rock e à dance music de vanguarda.
Ficha rápida: cantor, produtor, multiinstrumentista, líder do LCD Soundsystem, dono da gravadora DFA Records, remixador de primeira, autor de um dos melhores álbuns de 2007 ("Sound of Silver"), performer de um dos melhores shows da atualidade na intersecção rock/dance, articulador de várias das melhores cenas musicais do planeta. Dificilmente Murphy será esquecido.
Por outro lado, ele próprio parece esquecer passagens dessa trajetória de herói do dance-punk, dance-rock, indie-dance, do que for. Murphy não se lembra de nenhuma das duas apresentações que o LCD Soundsystem fez no Brasil, uma em 2004 (Sonarsound), outra em 2006 (Skol Beats).
"A bebida de vocês é de apagar qualquer memória recente. O que lembro é que em 2006 passei uns dias curtindo uma bela praia [Maresias, litoral norte de SP] e que em nenhum minuto fiquei sóbrio no Brasil. Dos shows, não lembro nada", diz James Murphy em conversa com a Folha, horas depois do show do LCD Soundsystem em Seattle, no final de setembro, o artista já no ônibus da turnê, rumando com o seu circo dance para Salt Lake City.
Murphy terá quatro chances para se lembrar de como é tocar no Brasil. O LCD Soundsystem se apresenta em novembro em São Paulo, Belo Horizonte, Rio e Brasília. O show de SP, dia 13/11 no Via Funchal, abre a terceira visita da banda ao país. Em BH, no dia seguinte, o LCD Soundsystem é atração principal do Eletronika Festival, que ainda terá na programação o grupo Battles, entre outros.
O show recente da banda, tal qual o visto em Seattle e que tem o elogiado disco "Sound of Silver" (lançado em março) como base, é feito de "brincadeiras", conta Murphy. Ele diz que não é sério quando canta "North American Scum" (norte-americanos imorais), o primeiro single do disco, que chegou ao top 40 na parada inglesa de singles, ainda hoje um hit nos shows. A letra diz: "Odeio o jeito como você me olha só porque somos americanos".
"É uma piada minha e da banda. Acho engraçado a platéia européia não entender a música. Acham que estamos falando sério. Alguns até se inflamam na hora do "north american scum". Não estou aqui para manifestos políticos. Até digo: "Let's rock North America"."


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