São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2010

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televisão CRÍTICA DRAMA

"House" deixa cair máscara do sarcasmo na volta da série

Mudança no perfil do médico na nova temporada lança dúvida sobre seu futuro

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Mais difícil do que conceber uma série de sucesso é saber quando encerrá-la.
Eis o problema de "House" ao chegar à sétima temporada: há alguns anos, o célebre doutor já trocou a equipe, sofreu alucinações e foi parar num hospício -nada, nem os desencontros com o amigo Wilson (Robert Sean Leonard) nem os romances dos assistentes, tem rompido a impressão de relativa burocracia que domina a sucessão semanal de casos.
A nova proposta da série é radical: finalmente, o médico antissocial libera sua paixão pela antiga colega e hoje chefe dra. Cuddy (Lisa Edelstein), cujos dotes físicos louvou em tantas ocasiões.
O novo ano abre-se com os dois em plena união, ou prestes a isso. E segue em bom ritmo no dia seguinte: Cuddy, neuroticamente responsável, precisa ir ao hospital; House, indisciplinado convicto, a convence a tirar um dia de folga. Cuddy opta afinal pelo idílio, sem se dar conta de que, naquele preciso instante, a célebre instituição médica de Nova Jersey está virando uma bagunça.
Em matéria de suspense e criação de expectativas, tudo rola bem, na melhor tradição da montagem paralela. Mas algo muda no herói, fenômeno de que dá conta o ótimo Hugh Laurie: uma alma amorosa, há muito mascarada pelo sarcasmo, vem à tona.
Para o futuro fica a pergunta: e depois? Os espectadores aceitarão mudanças? E que novos encantos a série de David Shore deve atribuir ao "novo House" para substituir o antigo mau humor?
As respostas virão, para o bem ou para o mal, nesta temporada. E são tão mais urgentes quanto consideramos que é uma série em que o peso dos personagens, House em particular, é bem maior que o da mise-en-scène (ao contrário de "Mad Men", por exemplo).

NA TV

House
Estreia da sétima temporada
QUANDO dia 28 de outubro, às 22h, no Universal Channel
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom


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