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televisão
CRÍTICA DRAMA
"House" deixa cair máscara do sarcasmo na volta da série
Mudança no perfil do médico na nova temporada lança dúvida sobre seu futuro
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Mais difícil do que conceber uma série de sucesso é saber quando encerrá-la.
Eis o problema de "House"
ao chegar à sétima temporada: há alguns anos, o célebre
doutor já trocou a equipe, sofreu alucinações e foi parar
num hospício -nada, nem
os desencontros com o amigo
Wilson (Robert Sean Leonard) nem os romances dos
assistentes, tem rompido a
impressão de relativa burocracia que domina a sucessão semanal de casos.
A nova proposta da série é
radical: finalmente, o médico antissocial libera sua paixão pela antiga colega e hoje
chefe dra. Cuddy (Lisa Edelstein), cujos dotes físicos louvou em tantas ocasiões.
O novo ano abre-se com os
dois em plena união, ou prestes a isso. E segue em bom ritmo no dia seguinte: Cuddy,
neuroticamente responsável, precisa ir ao hospital;
House, indisciplinado convicto, a convence a tirar um
dia de folga. Cuddy opta afinal pelo idílio, sem se dar
conta de que, naquele preciso instante, a célebre instituição médica de Nova Jersey
está virando uma bagunça.
Em matéria de suspense e
criação de expectativas, tudo
rola bem, na melhor tradição
da montagem paralela. Mas
algo muda no herói, fenômeno de que dá conta o ótimo
Hugh Laurie: uma alma amorosa, há muito mascarada
pelo sarcasmo, vem à tona.
Para o futuro fica a pergunta: e depois? Os espectadores aceitarão mudanças? E
que novos encantos a série
de David Shore deve atribuir
ao "novo House" para substituir o antigo mau humor?
As respostas virão, para o
bem ou para o mal, nesta
temporada. E são tão mais
urgentes quanto consideramos que é uma série em que o
peso dos personagens, House em particular, é bem maior
que o da mise-en-scène (ao
contrário de "Mad Men", por
exemplo).
NA TV
House
Estreia da sétima temporada
QUANDO dia 28 de outubro, às 22h,
no Universal Channel
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom
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