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ARTES PLÁSTICAS
Gravuras eletrônicas serão apresentadas em galeria e workshop em Melbourne, na Austrália
Jogo de Luiz Monforte conquista prêmio
especial para a Folha
O artista plástico Luiz Monforte
embarca neste domingo para Melbourne, Austrália, onde fará um
workshop sobre a tradição da gravura brasileira, a pedido do departamento de artes do Royal Melbourne Institute of Technology.
Paralelamente, Monforte inaugura na galeria "Viscon 9" - da
mesma cidade- uma exposição
coletiva, da qual participam também artistas convidados por ele,
como Marcelo Leirner e Lucrécia
Couso e os fotógrafos Cássio Vasconcelos e Denise Adams.
O artista garante que o convite
veio antes de receber, em setembro, o grande prêmio da Trienal
Internacional de Artes Gráficas de
Praga, na República Tcheca.
Monforte era um dos representantes brasileiros escolhidos pela
gravurista Maria Bonomi (que
também fez parte do júri) e concorreu com mais de 700 trabalhos
provenientes de 33 países.
A série apresentada na Trienal
baseava-se em pesquisa sobre o jogo da amarelinha a partir do texto
"Brinquedos e Brincadeiras", de
Walter Benjamin. Segundo o teórico alemão, a gênese dos hábitos
simbólicos provém dos jogos da
infância. "Além disso, se verticalizarmos sua forma, o desenho lembra um totem, que tem como base
a terra (realidade) e, no topo, o céu
(imaginação)", explica.
Um dos trabalhos apresentados
em Praga, "A Roda de Catarina", é
um painel composto de 13 partes
feitas em litografia (gravura cuja
matriz é uma pedra), termografia
(utiliza o calor para impressão),
eletrografia (gravura feita com
equipamento elétrico), impressão
sobre goma arábica e imagens geradas por computador.
Em seguida, ele compõe as peças
e escaneia o resultado com alta definição. "O disquete em que gravo
o painel passa a ser a nova matriz."
Inspirado na história de santa
Catarina de Alexandria, Monforte
discute o conceito de casa num jogo alegórico repleto de possibilidades associativas.
Por causa do prêmio, Monforte
apresentará seus trabalhos na Academia de Artes de Viena, em 1999,
e voltará a Praga para uma exposição individual, no ano 2000.
No Brasil, Monforte só tem agendada a defesa de tese de doutorado, "Fotografia Pensante" (ou "Fazendo as Luzes das Lanternas Percorrer as Paredes e o Teto de Olduvai, Tanganica"), sob orientação
do arquiteto Décio Pignatari, na
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo.
Enquanto a tese não for publicada, há no mercado o último capítulo que originou o livro "Fotografia
Pensante", lançado pela Editora
Senac, no ano passado.
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