São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008 |
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Mônica Bergamo bergamo@folhasp.com.br
Do pó ao pó A polícia vai ser obrigada a incinerar em no máximo 30 dias todas as drogas que forem apreendidas no Estado, para evitar que sejam roubadas das delegacias -por bandidos ou pelos próprios policiais. A medida foi tomada depois de um acordo entre o Ministério Público e o governo de São Paulo. SELO DE GARANTIA Só na capital paulista, 16 toneladas de drogas estão armazenadas em delegacias. Com a mudança, elas vão receber um lacre numerado no momento da apreensão. Esse número será conferido na perícia e no momento da incineração, para garantir que não houve adulteração do conteúdo. MUSCULAÇÃO Depois de comprar a Fórmula, os empresários João Paulo Diniz e Alexandre Accioly arremataram a academia Master, em São Paulo. Eles assinam a papelada que oficializa o negócio amanhã. PENSÕES DA GOL A Justiça concedeu novas liminares para que a Gol pague pensão alimentícia para famílias de vítimas do acidente entre um Boeing da empresa e um jato Legacy, em 2006. Serão beneficiados mulheres, filhos e mães de 14 dos mortos. As pensões variam de R$ 3.000 a R$ 12 mil mensais, de acordo com a advogada Renata Sanches. FIM DO TÚNEL Uma pesquisa com 580 executivos de empresas varejistas mostra que 20% estimam que fecharão o ano com resultados abaixo do esperado; 75% acreditam que o pior ainda está por vir. O levantamento, que será divulgado hoje, é do grupo Cherto, especializado em franquias e varejo, da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e da Advance. CAMPEONATO Uma viagem (hexa) tricolor
O Airbus-A320 da TAM toca o solo aos gritos de "É campeão!". São 23h37 do domingo, quando o São Paulo desembarcou em Guarulhos
após conquistar o sexto título
brasileiro. O time deveria
descer na pista, direto para o
ônibus de turismo que os levaria à festa do título, em uma
churrascaria. Mas... "Não tem
essa de f... a torcida", grita
Muricy Ramalho, técnico do
time. "Nós vamos descer no
aeroporto. Os caras vêm da
p.q.p, do c... do mundo pra ver
a gente." Mexendo os braços,
continua: "Tira o ônibus daí!
Os jogadores não vão entrar
nele!" Os atletas seguem o
chefe e batem no bagageiro:
"Ora, ora, ora!! Manda o ônibus embora!!". A equipe desce pelo fundo do avião e entra num outro ônibus, da Infraero, onde podem ser vistos pelos torcedores. O zagueiro André Dias abraça um funcionário da TAM: "Primo!!!!". "Eu vi vocês na ida e na volta. Sabia que ia dar sorte, primo!", responde o atendente. "Olha essa torcida", diz Rogério Ceni. O ônibus, que balança com os pulos dos jogadores, se dirige à saída do aeroporto. "Não é por aí!", reclama Muricy, insistindo para que os jogadores desembarcassem no meio da torcida. Informado que era norma da Infraero, ele reagiu: "Dane-se". Os jogadores descem e levantam a taça para a multidão. O repórter Diógenes Campanha acompanhou a viagem do time rumo ao título, embarcando com os jogadores no sábado para Brasília e depois de volta a São Paulo. Na ida, apesar da maior preocupação, há tempo para comprinhas no aeroporto de Congonhas. Muricy Ramalho compra a "Veja" e a "Caras" antes do embarque. Os laterais Joilson e Júnior experimentam óculos escuros no free shop. "Achei. É esse aqui!", diz o meia Richarlyson, ao ver o perfume masculino 1 Million, de Paco Rabanne, na prateleira. Leva também uma barra de chocolate e alguns tubos de gloss labial. "É Victoria's Secret", diz, antes de abrir a carteira repleta de notas de R$ 50. Rogério Ceni pára na joalheria. A vendedora oferece várias peças, mas os fãs começam a fotografar o goleiro na porta da loja. "Fica para outro dia", diz ele, desistindo da compra. Na chegada a Brasília, surgem as notícias de que o árbitro da partida, Wagner Tardelli, seria substituído após uma suposta tentativa de suborno. Tensão, entrevistas à imprensa. No domingo de manhã, o rompimento: Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vice-presidente do clube, vai ao quarto de Juvêncio. O presidente tem os jornais abertos e, na mesa, um bule de café vazio. "Não ofereço porque já acabou", diz. Diante da informação de que foi o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero, que apresentou a denúncia de suborno, Juvenal diz: "Vamos para o pau!" Leco desce e anuncia o rompimento do clube com a federação. Juvenal Juvêncio só se pronunciou sobre o caso depois da partida. No vôo de volta, enquanto olhava a paisagem pela janela da poltrona 1A, ele falou à coluna: FOLHA - Como fica a relação com
a Federação Paulista? FOLHA - O São Paulo vai disputar
o Campeonato Paulista? FOLHA - Pensa em jogar o Paulista com o time reserva? FOLHA - Tem medo de perder o
Muricy Ramalho para a seleção? Ainda no vôo, o presidente da federação é "homenageado" pelos jogadores. "Ei, Marco Polo, vai tomar no c...". Hugo tira a camisa, enquanto o goleiro reserva Bosco anda pelo avião com uma câmera. "Esta noche teremos que gañar, laiálaiá, laiálaiá", canta Dagoberto, liderando um grupo que pula e bate nos bagageiros. Latas de cerveja são servidas em bandejas. "Tchutchuco, me vê um sanduíche light", pede Richarlyson. Juvenal segura uma camiseta na mão, com a inscrição "Tri-Hexa". "Vou dar para o Rogério vestir. Temos que fazer propaganda para vender", diz. Os jogadores cantam no microfone do avião: "Essa é pra você, Mujica [apelido de Muricy no grupo]: 'Beber, cair, levantar'". com JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: Che em quadrinhos Índice |
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