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Serra estabelece controle à TV Cultura
Em contrato, governo exige que Fundação Padre Anchieta amplie as suas receitas próprias e reduza a publicidade
Em acordo assinado com a
FPA, Estado garante repasse
de verba para custeio, mas
condiciona investimentos
ao cumprimento de metas
LAURA MATTOS
CÁTIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fundação Padre Anchieta,
que administra a TV Cultura,
terá de aumentar a sua captação de recursos próprios e diminuir o espaço da publicidade
comercial nos próximos anos.
Se isso não ocorrer, será punida
pelo governo do Estado de São
Paulo com a redução do repasse
de verbas para investimento.
Essas são as bases de um
acordo assinado ontem entre a
fundação e o governo estadual.
O documento também prevê
que o repasse do Estado para
custeio da FPA será reduzido a
cada ano -dos R$ 78,6 milhões
previstos para 2008 terá de cair
para R$ 56,8 milhões em 2013.
O convênio estabelece uma
pontuações para cada meta
cumprida e estipula uma "nota
de corte". A FPA precisa atingi-la para ter acesso ao total da
verba prevista para investimento, que será de R$ 18 milhões em 2009, o mesmo valor
em 2010 e R$ 15 milhões anualmente entre 2011 e 2013.
Além disso, o governo determina em que o dinheiro será investido, como na modernização da rede elétrica e dos estúdios da TV, na digitalização do
arquivo e reforma do teatro
Franco Zampari, onde são realizadas gravações da Cultura.
Pressão
Há mais de seis meses, a FPA
sofria pressão de interlocutores do governador José Serra
para criar mecanismos de controle em seus gastos. A proposta de um "contrato de parceria"
foi feita em maio pelo Comitê
Administrativo, Financeiro e
Jurídico Institucional, do conselho curador da FPA. O grupo
tem oito membros, entre eles
João Sayad, secretário de Cultura do governo José Serra.
Segundo a Folha apurou, o
governo avalia que havia pouco
controle nos gastos da fundação e que o novo contrato irá
ampliá-lo "infinitamente".
Uma corrente defende que a
TV Cultura gasta demais para
não ser submetida a uma fiscalização. O objetivo era fazer
com que a instituição assumisse um compromisso e não apenas apresentasse seus gastos.
Presidente da FPA, Paulo
Markun não concorda e cita a
fiscalização realizada pelo Tribunal de Contas do Estado.
Ele defende que o contrato não fere a autonomia da fundação e ressalta que foi aprovado por unanimidade pelo conselho curador.
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