São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010 |
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CRÍTICA POP Previsível, disco póstumo com inéditas de Michael Jackson é a raspa do tacho ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA Nem depois de morto Michael Jackson fica imune às polêmicas. Depois de mais de um ano e meio de discussões em que os próprios filhos de Jackson chegaram a afirmar que não era ele que cantava em algumas faixas, finalmente chegará às lojas, no dia 14, "Michael", novo álbum de inéditas do astro. Há poucos dias, o disco vazou na internet. A julgar pelas faixas disponíveis na web, trata-se de um disco menor de Jackson. Mas isso não deve impedir a correria dos fãs às vésperas do Natal. "Michael" deve ser o maior sucesso de "amigos-secretos" em todo o planeta. O disco tem dez faixas e uma capa que já figura entre as mais pavorosas da história da música pop, com uma breguíssima pintura mostrando cenas marcantes da trajetória do cantor. "Hold My Hand" é um pop açucarado e inofensivo, gravado em dueto com Akon. "Hollywood Tonight" já é mais animada, com uma levada que lembra o Michael de outrora. "Keep Your Head Up" é outra baladinha insípida, com uma letra sobre superação cheia de clichês como "me dê asas para voar". "I Like the Way You Love Me" lembra o pop alegre do Jackson 5 e é um dos melhores momentos do disco. "Monster" é animada, com participação de 50 Cent, mas o refrão estraga: "Ele é um monstro, um animal!"; já "Best of Joy" e "Much Too Soon" são babas de FM. Curiosa é "Breaking News", um ataque de Jackson contra a mídia. Musicalmente é uma joia. A letra, no entanto, é uma bobagem em que ele chora as pitangas e se diz vítima da imprensa. Mas o que não precisava mesmo era "(I Can't Make It) Another Day", dueto com Lenny Kravitz, o "soulman" mais sem "soul" do planeta. Periga ser a pior música gravada por Jackson. Em "Behind the Mask", Michael mostra que, mesmo quando exagera na produção, sabe criar linhas de baixo funkeadas como ninguém. Se alguém um dia remixar essa faixa, pode extrair uma obra-prima. No fim das contas, é o que se poderia esperar de um disco póstumo: a raspa do tacho. Claro que as sobras de Michael Jackson são melhores que 99% da música pop produzida hoje. Mas é pouco para o rei do pop. MICHAEL ARTISTA Michael Jackson GRAVADORA Sony Music QUANTO R$ 24,90 AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Vandermark vem ao Brasil pela primeira vez Próximo Texto: FOLHA.com Índice | Comunicar Erros |
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