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POLÍTICA CULTURAL
Livreiro aceitou o convite para presidir fundação que possui maior acervo da América Latina
Corrêa do Lago quer ampliar acesso à Biblioteca Nacional
DA REPORTAGEM LOCAL
"Sou uma indicação suprapartidária", disse o livreiro Pedro
Corrêa do Lago, 44, que aceitou
presidir a Fundação Biblioteca
Nacional.
O convite a Corrêa do Lago, que
está em Paris e deve retornar ao
Brasil no fim de semana, foi feito
pelo secretário do Livro e Leitura,
Waly Salomão, na última terça.
"Não sou filiado ao PT nem a
nenhum partido que apoiou o presidente Lula nas eleições. Nunca cogitei [o cargo], nunca fui consultado, [o convite] me veio
completamente de surpresa",
afirma Corrêa do Lago.
O livreiro diz que, de início, hesitou em aceitar. "Porque obviamente tenho muito carinho pelos
meus projetos pessoais, que não
eram poucos". Além de livreiro,
Corrêa do Lago é escritor, editor,
colecionador e exerce atividades
como a de conselheiro da Bienal
de São Paulo.
O livreiro aceitou motivado pelo "desafio de tentar contribuir
para algum progresso de uma instituição tão extraordinária, talvez
a mais antiga do Brasil".
Acervo
A Biblioteca Nacional foi fundada oficialmente em 1810. É sediada num prédio histórico, inaugurado em 1910, na avenida Rio
Branco, no Rio de Janeiro, e possui acervo de mais de 8 milhões de
peças, entre livros, documentos,
fotografias e gravuras.
O acervo é considerado a maior
coleção da América Latina e a oitava no ranking mundial.
Corrêa do Lago diz que se sente
"à vontade em relação aos assuntos da Biblioteca", que frequenta
"há 30 anos como usuário", mas
que precisa se familiarizar com a
"estrutura da instituição, o mais
rapidamente possível".
"Estou abordando com muita
humildade o desafio de dirigir
uma pesada administração, que
obviamente tem de ser sempre
melhorada", diz.
O livreiro diz que uma das prioridades será ampliar o acesso virtual ao acervo da Biblioteca, garantindo seu caráter nacional.
"O fato de a Biblioteca estar sediada no Rio de Janeiro é devido a
circunstâncias históricas, ao acervo estar lá e à maravilha que é o
prédio, mas é uma biblioteca de
abrangência nacional", diz.
Corrêa do Lago afirma ter "muita admiração pelo ministro da
Cultura [Gilberto Gil], que é um
monumento nacional" e diz que
tem "muita esperança no novo
governo".
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