São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 2003

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POLÍTICA CULTURAL

Livreiro aceitou o convite para presidir fundação que possui maior acervo da América Latina

Corrêa do Lago quer ampliar acesso à Biblioteca Nacional

DA REPORTAGEM LOCAL

"Sou uma indicação suprapartidária", disse o livreiro Pedro Corrêa do Lago, 44, que aceitou presidir a Fundação Biblioteca Nacional.
O convite a Corrêa do Lago, que está em Paris e deve retornar ao Brasil no fim de semana, foi feito pelo secretário do Livro e Leitura, Waly Salomão, na última terça.
"Não sou filiado ao PT nem a nenhum partido que apoiou o presidente Lula nas eleições. Nunca cogitei [o cargo], nunca fui consultado, [o convite] me veio completamente de surpresa", afirma Corrêa do Lago.
O livreiro diz que, de início, hesitou em aceitar. "Porque obviamente tenho muito carinho pelos meus projetos pessoais, que não eram poucos". Além de livreiro, Corrêa do Lago é escritor, editor, colecionador e exerce atividades como a de conselheiro da Bienal de São Paulo.
O livreiro aceitou motivado pelo "desafio de tentar contribuir para algum progresso de uma instituição tão extraordinária, talvez a mais antiga do Brasil".

Acervo
A Biblioteca Nacional foi fundada oficialmente em 1810. É sediada num prédio histórico, inaugurado em 1910, na avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, e possui acervo de mais de 8 milhões de peças, entre livros, documentos, fotografias e gravuras.
O acervo é considerado a maior coleção da América Latina e a oitava no ranking mundial.
Corrêa do Lago diz que se sente "à vontade em relação aos assuntos da Biblioteca", que frequenta "há 30 anos como usuário", mas que precisa se familiarizar com a "estrutura da instituição, o mais rapidamente possível".
"Estou abordando com muita humildade o desafio de dirigir uma pesada administração, que obviamente tem de ser sempre melhorada", diz.
O livreiro diz que uma das prioridades será ampliar o acesso virtual ao acervo da Biblioteca, garantindo seu caráter nacional.
"O fato de a Biblioteca estar sediada no Rio de Janeiro é devido a circunstâncias históricas, ao acervo estar lá e à maravilha que é o prédio, mas é uma biblioteca de abrangência nacional", diz.
Corrêa do Lago afirma ter "muita admiração pelo ministro da Cultura [Gilberto Gil], que é um monumento nacional" e diz que tem "muita esperança no novo governo".


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