São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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FILMES

TV ABERTA

Michael Moore registra caos norte-americano

Jovem Demais para Morrer
Globo, 16h10.
 
(Young Guns 2). EUA, 90, 105 min. Direção: Geoff Murphy. Com Emilio Estevez, Kiefer Sutherland. Billy the Kid (Estevez) refugia-se no Novo México, mas é perseguido por seu ex-amigo, o hoje xerife Pat Garrett.

Crocodilo
Record, 22h.
 
(Crocodile). EUA, 2000, 93 min. Direção: Tobe Hooper. Com Mark MacLaughlin, Caiyhim Martin. Adolescentes em viagem brincam com um ninho de crocodilo, sem saber a ira milenar que estão despertando.

O Primeiro Milhão
SBT, 23h15.
  
(Boiler Room). EUA, 2000. Direção: Ben Younger. Com Giovanni Ribisi, Vin Diesel. Dono de um cassino clandestino monta uma pequena empresa quando recebe uma proposta em que seu primeiro milhão chegará fácil. Verá que o dinheiro fácil chega por vias tortuosas.

Emmanuelle, um Mundo de Desejo
Bandeirantes, 1h.
 
(Emmanuelle, a World of Desire). 1994, 95 min. Direção: L.L. Shapira. Com Krista Allen, Timothy Dipri. Emmanuelle faz o de sempre: mostra a seus amantes segredos inimagináveis do amor.

Roger e Eu
SBT, 1h30.
   
(Roger & Me). EUA, 89, 91 min. Direção: Michael Moore. Moore fez enorme sucesso nos EUA quando dirigiu este documentário mostrando o que acontece em Flint, Michigan, quando a GM fecha suas fábricas causando desemprego em massa. Começa aqui a marcha de Moore rumo ao título de "crítico número um dos EUA".

Galera da Pesada
Globo, 2h45.
 
(Phat Beach). EUA, 96, 84 min. Direção: Doug Ellin. Com Brian Hooks, Jermaine Hopkins. Durante as férias, garoto gorducho surrupia o carro do pai e vai para a praia atrás de belas garotas.

O Julgamento de Nuremberg
SBT, 3h15.
 
(Nuremberg). EUA, 2000. Direção: Yves Simoneau. Com Alec Baldwin, Christopher Plummer. Originalmente uma minissérie que retoma o julgamento de vários dos principais líderes nazistas. Apenas para SP. (INÁCIO ARAUJO e BRUNO YUTAKA SAITO)

TV PAGA

Produções expõem maneiras de conceber sagas

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Há mitologias e mitologias. Comparar a saga do rei Arthur tal como contada por Robert Bresson em "Lancelot du Lac" a "O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel", em termos de bilheteria, seria o mesmo que comparar um Van Gogh com um artista modesto do Embu.
Mas a verdade é que esses filmes têm objetivos diferentes, e seria injusto aproximá-los pelo critério comercial, meramente. "O Senhor dos Anéis" é feito para nos subjugar, à maneira das superproduções -de quase todas, em todo caso-, e para isso não faz economia de música e palavras grandiloquentes.
No "Lancelot" de Bresson, ao contrário, pouco se fala, e o que pode nos atrair é justamente o despojamento. Pode-se ter visto tudo nos filmes da Távola Redonda, mas nunca em outra parte me lembro de ter ouvido aquele ruído das armaduras.
De repente, toda a aura de valentia e heroísmo daqueles cavaleiros sofreu uma fratura. Era como se todo o cinema de aventuras medievais até ali tivesse sido feito para ocultar o prosaico do ruído da lata batendo no cavalo em movimento. Ao mesmo tempo, um ruído lindo, porque verdadeiro.
Já "O Senhor dos Anéis" investe em sentimentos mais tradicionais. O heroísmo dos guerreiros e dos homens comuns é um deles. Até a sonoridade dos nomes -Mordor, Saruman etc- é dotada de uma grandiloquência que empresta gravidade a cada gesto: tudo parece decisivo -e, se não parece, uma música também grandiosa resolve o problema.
Cada filme tem sua função -embora pessoalmente "O Senhor dos Anéis" me pareça terrivelmente inflado mesmo dentro da sua função- e isso todo espectador deve levar em conta -ninguém é melhor ou pior por discordar de outro.


LANCELOT DU LAC. Quando: hoje, às 10h e 17h, no Film & Arts

O SENHOR DOS ANÉIS - A SOCIEDADE DO ANEL. Quando: hoje, às 17h45, no HBO



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