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CURTA-METRAGEM
Filmes revisitam mitos dos anos 60
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Três mitos guiam a programação de curtas do Canal Brasil hoje.
É sob o signo do ano de 1968, um
mito por si só, que são exibidos os
filmes "Os Mutantes" e "Leila para Sempre Diniz".
Ao menos para a música brasileira, 1968 e o grupo dos irmãos
Batista ainda não terminaram.
Naquele ano em que lançaram
seu primeiro disco, Os Mutantes
deram início a uma da maiores
aventuras do rock nacional, ainda
hoje não devidamente digerida, já
que continuam como parâmetros
inatingíveis em termos de criatividade e ousadia, cada vez mais cultuados pela vanguarda musical
internacional.
O curta de 1970, com imagens
do arquivo de Antônio Carlos da
Fontoura ("A Rainha Diaba",
"Copacabana Me Engana"), tem
especial valor já que registra raras
cenas do grupo em movimento.
Não há narração ou história; é
uma edição de imagens diversas,
entremeadas por músicas do grupo na fase "A Divina Comédia ou
Ando Meio Desligado".
Rita Lee, Arnaldo e Sérgio Batista estão lá, em pleno auge da juventude, fazendo tudo aquilo que
as lendas em torno da banda sugerem. Estão coloridíssimos, de
chapéus e calças listradas, passeando em parques, botecos e distribuindo autógrafos. A cena em
que correm alegremente pela rua,
como se fossem integrantes de
qualquer outra banda adolescente, ao som de "Ando Meio Desligado", resume o espírito despreocupado e anárquico da banda.
Mais formal, mas ainda sob a
força do mito, "Leila para Sempre
Diniz", narrado por Paulo José, é
uma homenagem à atriz morta
em acidente de avião em 1972.
Poucos antes, em 1968, Diniz iria
se firmar no imaginário artístico/
comportamental do Brasil, diz o
filme. Representava a mulher que
não se reprimia ao fugir dos padrões machistas de então. Vista
hoje, em dias de Tati Quebra-Barraco, vê-se que este outro 1968
também ainda não terminou.
Clássicos - Curta na Tela
Quando: hoje, às 14h ("Os Mutantes") e
14h07 ("Leila para Sempre Diniz"), no
Canal Brasil
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