São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

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Sites servem mais para bater papo do que fazer negócios

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Your Gallery e o Stuart recebem, juntos, cem novos cadastros por dia -pelas estatísticas da Saatchi Gallery, um terço dos usuários é da Inglaterra, outro terço, dos EUA, e o restante vem de mais de 60 países. Os brasileiros ainda são figuras raras nas duas redes -até ontem, havia cerca de 250 na maior delas e apenas 24 na dedicada a estudantes.
Recém-formado em artes visuais pela Universidade Tuiuti, no Paraná, Fernando Souza, 26, foi o quinto artista destas bandas a se cadastrar no Stuart, há um mês. "Aqui em Curitiba a gente não tem muita chance de expor nem de ver obras de arte de novos artistas", argumenta.
O designer não atinou muito bem qual a utilidade do site e fez um único amigo, o artista plástico Art Johnson, que, por sua vez, tem 700 nomes relacionados na sua lista de amizades virtuais. Mais experiente na rede, Johnson é também mais cético. "Aparentemente, o Stuart serve só para contatar outros artistas. Não conheço ninguém que tenha conseguido vender alguma obra por lá", diz.
Para o italiano Federico Gallo, 31, que cursa uma pós em comunicação da arte e design em Londres, é uma questão de tempo. "Não vendi nada, mas venho recebendo atenção desde que entrei no site. Um consultor de arte francês entrou em contato comigo, interessado em mostrar meu trabalho a clientes." Está certo que ele teve um empurrão -foi mencionado numa reportagem do "The Independent" sobre a nova geração da arte na Inglaterra, a partir de nomes pinçados do Stuart. Assim como Vicky Newman, que diz ter vendido uma série de obras criadas nos anos 90.
Histórias como essas incentivam a funcionária pública aposentada Miriam Braga, 52, moradora de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e artista plástica há dez anos, a considerar o Your Gallery o seu "cartão de visitas". Suas criações em grafite em pó freqüentam o Your Gallery há pouco menos de um mês, e, por enquanto, garantiram apenas um ou outro bate-papo com conterrâneos na rede. (RC)


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