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CINEMA
Em "Snow Cake", que abriu a 56ª edição do festival alemão, a atriz interpreta mulher de meia-idade com deficiência
Sigourney Weaver leva autismo a Berlim
FABIO CYPRIANO
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
Começou com lágrimas a 56ª
edição do Festival Internacional
de Cinema de Berlim, a Berlinale,
ontem, com a exibição de "Snow
Cake" (bolo de neve), do diretor
inglês Marc Evans.
A produção, uma história politicamente correta sobre tolerância e respeito, trata da relação improvável de uma autista de meia-idade, Linda, interpretada por Sigourney Weaver, e um assassino
recentemente libertado da prisão,
Alex, Alan Rickman, o professor
Snake da série "Harry Potter".
Os dois personagens se encontram após Alex dar carona a uma
adolescente, a filha de Linda, e
num acidente em seu carro é
morta, em uma pequena cidade
de Ontário, no Canadá. Alex vai,
então, explicar à família da garota
o que se passou e se depara com a
personalidade rara de Linda, argumento perfeito para uma situação dramática, mas que não impressionou a sessão para a imprensa, ontem pela manhã. Poucos aplausos foram ouvidos no
fim da exibição.
O que levou, no entanto, o diretor da Berlinale, Dieter Kosslick, a
iniciar o festival com um drama
simples e cinematograficamente
sem grandes qualidades? Certamente deve ter sido a impressionante atuação dos protagonistas,
desde já fortes candidatos ao Urso
de Prata.
Weaver, de fato, tem uma atuação contagiante, sem ser exagerada nos tiques e, ao mesmo tempo,
convincente como autista. "Aceitei realizar este papel porque não
é sobre autismo, mas para contar
a história de uma mulher única.
Durante os anos de pesquisa para
este papel aprendi muito sobre o
universo dos autistas", afirmou
Weaver em entrevista coletiva ontem à tarde em Berlim.
Ainda durante a coletiva, a roteirista de "Snow Cake", Angela
Pell, revelou que escreveu o texto
inspirada em seu filho Johnny,
que é autista.
Outra surpresa em "Snow Cake" é a atuação da canadense Carrie-Anne Moss, a Trinity, da série
"Matrix". Ela interpreta Maggie, a
vizinha de Linda, que acaba se envolvendo com Alex.
Sem dúvidas, boas atuações são
fundamentais no cinema, e provavelmente o excesso de tecnologia nas produções atuais também
tenha contado para fazer com que
"Snow Cake" inaugurasse o festival de forma camerística e sem excessos.
O jornalista Fabio Cypriano viajou a
convite do evento
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