São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006 |
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ÚLTIMA MODA EM NOVA YORK Marc Jacobs tira o mofo dos EUA
A Olympus Fashion Week, de
Nova York, chega hoje ao último dia embalada pela expectativa de ter o seu maior
espetáculo: a apresentação do primeiro desfile americano de Karl
Lagerfeld, 67, o estilista alemão
que desenha as roupas da Chanel
e é um dos maiores nomes da história da moda. "Karl vem para
conquistar" diz o título da reportagem da "Time" sobre o estilista.
Lagerfeld vendeu, em 2004, sua
marca para Tommy Hilfiger e desenvolveu agora uma linha de
roupas com preços mais acessíveis -e os críticos estão curiosos
para saber como ele conciliou sua
inventividade com o pragmatismo comercial e as demandas do
gosto contemporâneo.
Alexandre Herchcovitch e Carlos Miele são os únicos brasileiros
a participar da Olympus Fashion
Week, em Nova York -se descontarmos o mineiro Francisco
Costa, estilista da Calvin Klein. Folha - Por que vocês decidiram desfilar em Nova York? Carlos Miele - Quando pensei em abrir uma loja no exterior, achei que Nova York seria o lugar ideal. Eu desfilava em Londres, mas cheguei à conclusão de que aqui é mais internacional, com a presença de mais compradores e editores de moda. Alexandre Herchcovitch - Antes
de Nova York, apresentei três coleções em Londres e oito em Paris. Então fui convidado a vir para
cá. Aqui tudo vai mais rápido.
Mas não penso em abrir uma loja
agora, como fez o Miele. Se o fizesse, seria antes em Tóquio, onde estão os meus principais compradores internacionais. Folha - Miele, você voltaria para
a São Paulo Fashion Week? Herchcovitch -Acho que a postura do Miele é a mais correta. Eu
deveria optar: ou São Paulo ou
Nova York. Mas eu não posso
ainda. Tenho muita gente que espera meu desfile no Brasil, tenho
muitos compradores lá, de onde
vem a maior parte da minha renda. Não me incomoda repetir a
coleção aqui. Acho que a SPFW
ainda não tem uma visibilidade
grande como as semanas de moda de Nova York, Paris, Milão e
mesmo de Londres. Se tivesse, eu
desfilaria apenas em São Paulo. Miele -A São Paulo Fashion
Week nunca vai conseguir ser internacional porque compete com
o calendário. Acho que o Brasil
deveria fazer uma semana de alto
verão durante o inverno. Aí sim o
país não teria concorrência. Folha - O que vocês pensam que
seja o papel de um e de outro na
moda brasileira? Herchcovitch - O que eu tenho
na minha memória sobre os desfiles do Miele e, até antes, da M.
Officer, foi a maneira especial de
ele colocar moda e arte na mesma
passarela. Depois, já como Carlos
Miele, o fato de ele não mais desfilar no Brasil balançou a cabeça
de algumas pessoas. O terceiro
ponto muito interessante na moda do Carlos Miele é a constância,
que faz reforçar um estilo próprio, em que o uso de estampas e
cores é muito particular e reflete,
sim, um pouco do Brasil. Ele é,
sem dúvida, um porta-voz da
moda brasileira no mundo.
Leia a íntegra da conversa na Folha Online ALCINO LEITE, com Viviane Whiteman - ultima.moda@folha.com.br Texto Anterior: Museus: MAM e MAC dividirão prédio no Ibirapuera, afirma prefeitura Próximo Texto: Música: Pendulum mostra em SP renovação do drum'n'bass Índice |
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