São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Crítica

Chinês reduz drama e amplia personagens

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Como já foi muito esclarecido, "Still Life", ou seu correspondente em chinês, quer dizer natureza-morta, e não "Em Busca da Vida" (TC Cult, 22h, não indicado para menores de 12 anos), obscuro título dado entre nós a este filme de Jia Zhang-ke.
Na natureza-morta, os objetos estão invariavelmente deslocados em relação a seu lugar de origem. Não há uma parreira, mas um cacho de uvas, e assim por diante. É um pouco assim em Fengjie, cidade prestes a ser inundada para fins de uma dessas megaconstruções em que se especializou a China contemporânea.
Talvez não seja justo dizer que as coisas evoluem ao estilo chinês, isto é, sem se preocupar muito com as pessoas. O filme tem proximidades com o "Rio Violento", de Elia Kazan. No tema, claro. Zhang-ke, cineasta de agora, reduz ao mínimo a dramaticidade e amplia ao máximo a exposição dos personagens, à maneira documental.
Aqui, um cineasta-chave do novo milênio trata de um país-chave. É melhor ficar esperto.


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