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Crítica
Mostra revela importância de Matta-Clark
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bienal de São Paulo
tem sido responsável,
desde sua origem, pela
atualização do público na produção contemporânea, mas,
como exposição de grande porte, raramente consegue se
aprofundar nas poéticas individuais. Gordon Matta-Clark foi
um dos pilares da 27ª Bienal, de
2006, mas só com "Desfazer o
Espaço" será possível compreender de fato toda a sua importância.
A atualidade de Matta-Clark
está em discutir temas que seguem fundamentais na sociedade, como a ocupação de espaços públicos e privados, a alimentação e o pensamento ecológico por meio de obras que
seguem com forte apelo visual.
Expor artistas como Matta-Clark, com muitos trabalhos
que dependem em grande parte de documentação, poderiam
tornar a exposição enfadonha,
mas não é o que ocorre.
As curadoras Gabriela Rangel e Tatiana Cuevas, na mostra
organizada pelo Museu de Arte
de Lima, optaram por um correto equilíbrio entre trabalhos
e projetos, obras mais teatrais
com outras que demandam
maior atenção. De certa forma,
isso se inspira no próprio artista, que apresentava muitas de
suas ações na arquitetura por
meio de colagens fotográficas,
tirando do registro um mero
caráter documental.
A exposição traz muitas
obras de Matta-Clark pouco conhecidas, como a série de desenhos "Árvore da Energia", que
produz um intenso diálogo com
o registro da performance
"Tree Dance" (dança na árvore), de 1971, também na mostra.
É nas intervenções arquitetônicas, contudo, que a mostra
aponta de fato a relevância de
Matta-Clark. Em Paris, Berlim
e Nova York, suas ações repensaram edifícios icônicos, e seguem repercutindo nas novas
gerações de artistas.
GORDON MATTA-CLARK: DESFAZER O ESPAÇO
Quando: abertura amanhã (para
convidados) de ter. a dom., das 10h
às 18h; até 4/4
Onde: Museu de Arte Moderna de
São Paulo (pq. Ibirapuera, portão 3,
tel. 00/xx/11/5085-1300)
Quanto: R$ 5,50; dom., grátis
Avaliação: ótimo
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