JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Pouco conhecida em São Paulo, a cozinha chilena tem suas especificidades que vale a pena conhecer. Localizado nas redondezas da cidade, o restaurante Sur de Chile proporciona essa oportunidade, ainda fornecendo o pretexto para um passeio bucólico.
É verdade que a melhor cozinha chilena fica difícil de ser apreciada aqui, já que ela se baseia nos tenros frutos do mar retirados das águas frias do Pacífico, e que, no Chile, podem ser encontrados com facilidade nos bons restaurantes.
Mas no Chile também se faz empanada, cozidos, pratos que o Sur de Chile procura mostrar ao público paulista. Inaugurado há dois anos, na entrada da Granja Viana, suas mesas ficam voltadas para um quintal com árvores, cuja grama enche o ar com seus aromas misturados ao da lenha que queima em três fornos.
Os proprietários são dois chilenos, Enrique Cristoval Astorga Gonzalez, 40, e Oscar Pedro Brabo Riffo, 39, que passaram por outro restaurante no mesmo estilo e no mesmo bairro, o Peña Don Fernando.
Para começar a refeição à chilena, o Sur de Chile oferece as empanadas, espécie de pastel que, ao invés de frito, é assado no forno a lenha. A massa é um pouco grossa, o recheio de frutos do mar carece do principal ingrediente, mas a de carne é gostosa.
Outra opção é o ceviche, peixe marinado em suco de limão (um tanto ácido, já que o limão usado aqui, verde, não é suave como o amarelo, do Chile). O curanto é o prato mais consistente: um cozido típico que mistura mexilhões, frango e carnes de porco, formando um caldo saboroso, apesar de estar salgado em nossa visita.
Só não dá para entender por que a tradição vinícola do Chile não é prezada no restaurante (o ponche é feito com vinho de garrafão brasileiro, o mesmo vendido para quem quiser apenas em taça).

$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim