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São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2003

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INTERNET

Ministro esteve em evento

Para Gil, troca de música é "movimento natural"

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Antes mundo era pequeno, porque Terra era grande/ hoje mundo é muito grande, porque Terra é pequena". Uma década depois de compor "Parabolicamará", o músico baiano e ministro da Cultura, Gilberto Gil, abriu o festival Mídia Tática Brasil, na sexta, no Sesc São Paulo, completando: "A antena não é apenas parabólica, ela tem a ressonância de uma cabaça de berimbau, uma cabaça parabólica que poderia simbolizar a utopia digital brasileira. Seria mera utopia?".
Reunindo, além do ministro, os pensadores do ciberespaço John Perry Barlow, do Electronic Frontier Foundation, e Richard Barbrook, professor da cadeira de hipermídia da Universidade de Westminster, em Londres, o debate sobre inclusão digital e comunidades em rede gerou controvérsias:
"Acho que alguém que não tem o que comer não tem como pensar em sentar à frente de um computador", disse Barbrook, considerado o criador do termo cibercomunismo -"É uma homenagem aos EUA. Parabéns, América, vocês inventaram a única forma viável de comunismo no mundo: a internet", brincou.
Do outro lado, o autor da Declaração da Independência do Ciberespaço, Barlow, disse achar que uma coisa não substitui a outra: "O investimento em infra-estrutura, na Costa Rica, por exemplo, permitiu que o país distribuísse melhor a sua renda".
Gil disse que só estava ali "para ouvir, perguntar e aprender", mas não escapou de uma saia justa quando o tema resvalou na questão de trocas de arquivos de música na rede. "Como ministro da Cultura tenho que defender a lei. Mas o movimento natural parece estar do lado do avanço da tecnologia", destacou.
O festival Mídia Tática prossegue a partir desta quarta-feira reunindo artistas, produtores e teóricos da internet do Brasil e do exterior. Mais informações em www.baderna.org/mtb.



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