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INTERNET
Ministro esteve em evento
Para Gil, troca de música é "movimento natural"
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Antes mundo era pequeno,
porque Terra era grande/ hoje
mundo é muito grande, porque
Terra é pequena". Uma década
depois de compor "Parabolicamará", o músico baiano e ministro da Cultura, Gilberto Gil, abriu
o festival Mídia Tática Brasil, na
sexta, no Sesc São Paulo, completando: "A antena não é apenas parabólica, ela tem a ressonância de
uma cabaça de berimbau, uma
cabaça parabólica que poderia
simbolizar a utopia digital brasileira. Seria mera utopia?".
Reunindo, além do ministro, os
pensadores do ciberespaço John
Perry Barlow, do Electronic Frontier Foundation, e Richard Barbrook, professor da cadeira de hipermídia da Universidade de
Westminster, em Londres, o debate sobre inclusão digital e comunidades em rede gerou controvérsias:
"Acho que alguém que não tem
o que comer não tem como pensar em sentar à frente de um computador", disse Barbrook, considerado o criador do termo cibercomunismo -"É uma homenagem aos EUA. Parabéns, América, vocês inventaram a única forma viável de comunismo no
mundo: a internet", brincou.
Do outro lado, o autor da Declaração da Independência do Ciberespaço, Barlow, disse achar que
uma coisa não substitui a outra:
"O investimento em infra-estrutura, na Costa Rica, por exemplo,
permitiu que o país distribuísse
melhor a sua renda".
Gil disse que só estava ali "para
ouvir, perguntar e aprender", mas
não escapou de uma saia justa
quando o tema resvalou na questão de trocas de arquivos de música na rede. "Como ministro da
Cultura tenho que defender a lei.
Mas o movimento natural parece
estar do lado do avanço da tecnologia", destacou.
O festival Mídia Tática prossegue a partir desta quarta-feira
reunindo artistas, produtores e
teóricos da internet do Brasil e do
exterior. Mais informações em
www.baderna.org/mtb.
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