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"Simpsons" real, "Lost" gay e "OC" zoeira
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
O que pode essa internet?
Agora que está aberta a
temporada de seriados da TV, a
telenovela jovem da geração 00,
aparecem na rede três sensacionais paródias de séries famosas,
feitas por gente que tem um mouse na mão e uma (boa) idéia na cabeça. Direto ao assunto:
1) "Real Life Simpsons". Sabe a
tradicional abertura do seriado-campeão "The Simpsons", que
vai das chaminés da usina nuclear
de Springfield, passa pelo Bart de
castigo escrevendo na lousa e chega ao fim com a família sentando
no sofá ao mesmo tempo? Pois
uma turma inglesa reproduziu
quadro-a-quadro as cenas da introdução do desenho, com pessoas reais. Ficou sensacional e já é
febre na internet. Apenas veja.
Endereço sugerido: www.youtube.com/watch?v=49IDp76kjPw
2) "The emO.C.". A versão
(mais) emo do meloso seriado
teen "The O.C.". Essa paródia não
se contenta em zoar o programa
só na sua abertura. Construíram
um capítulo inteiro a respeito do
dramalhão que mostra a dura vida da moçadinha rica de Orange
County. O autor é um tal de Chris,
estudante da universidade de Savannah College of Art and Design,
da Georgia (EUA), e é inteiramente produzido por esse Chris, o irmão dele e um colega de classe. É
impagável a abertura, que apresenta os personagens: a loira freak
Marissa, o esquentadinho Ryan, o
bonitinho-mas-nerd-e-cheio-de-tiques Seth e a algo fútil Summer.
Todos, claro, travestidos. Endereço sugerido: www.youtube.com/watch?v=bSWDRlbdzJw
3) "Brokeback Island" ou
"Quando os caubóis gays encontram "Lost'". Esse é em cima daquelas peças promocionais da
Fox americana para divulgar
"Lost". Na verdade, um bem sacado mix de clipes de cenas entre o
médico Jack e o galã mau-caráter
Sawyer, com a trilha sonora e o
nome emprestados de "Brokeback Mountain", de Ang Lee. Endereço:
www.youtube.com/watch?v=j0E1s9CFnG4
Pirataria
Milhares de fanáticos vão mirar
seus olhos para a telinha, agora
que "Lost" voltou e "24 Horas"
volta na semana que vem.
Também já dito neste jornal, há
hoje três tipos de pessoas que assistem a esses seriados viciantes.
Os que vêem na TV aberta, os que
acompanham antes na TV paga e
os que não agüentam esperar, pegam na internet e assistem felizes,
horas depois que a série vai ao ar
nos EUA. Essa última estirpe pode ser chamada de piratas, como
o foi nesta mesma Folha no último domingo, no texto "Pirataria
de seriados americanos pela internet vira mania entre fãs"?
Ronaldo Lemos, especialista em
direito na internet e coordenador
do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito do Rio
de Janeiro da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), acha que não.
"O termo "pirataria" tem forte
carga emocional, mas não tem
praticamente nenhum significado. Por exemplo, "pirataria" de remédios ou tênis Nike e de seriados são atividades completamente distintas, que dizem respeito a
comportamentos sociais totalmente diferentes. O termo pirataria vem sendo usado principalmente como uma bandeira política, forjada sobretudo pelo discurso da indústria americana, na luta
por modificações das leis, que
muitas vezes são contrárias aos
interesses da sociedade e prejudicam o acesso à informação e ao
conhecimento. Por isso, empregar o termo "pirataria" de forma
generalizada na imprensa empobrece o debate sobre direitos autorais, em vez de torná-lo claro."
@ - lucio@uol.com.br
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