São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 2006

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"Simpsons" real, "Lost" gay e "OC" zoeira

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

O que pode essa internet?
Agora que está aberta a temporada de seriados da TV, a telenovela jovem da geração 00, aparecem na rede três sensacionais paródias de séries famosas, feitas por gente que tem um mouse na mão e uma (boa) idéia na cabeça. Direto ao assunto:
1) "Real Life Simpsons". Sabe a tradicional abertura do seriado-campeão "The Simpsons", que vai das chaminés da usina nuclear de Springfield, passa pelo Bart de castigo escrevendo na lousa e chega ao fim com a família sentando no sofá ao mesmo tempo? Pois uma turma inglesa reproduziu quadro-a-quadro as cenas da introdução do desenho, com pessoas reais. Ficou sensacional e já é febre na internet. Apenas veja. Endereço sugerido: www.youtube.com/watch?v=49IDp76kjPw
2) "The emO.C.". A versão (mais) emo do meloso seriado teen "The O.C.". Essa paródia não se contenta em zoar o programa só na sua abertura. Construíram um capítulo inteiro a respeito do dramalhão que mostra a dura vida da moçadinha rica de Orange County. O autor é um tal de Chris, estudante da universidade de Savannah College of Art and Design, da Georgia (EUA), e é inteiramente produzido por esse Chris, o irmão dele e um colega de classe. É impagável a abertura, que apresenta os personagens: a loira freak Marissa, o esquentadinho Ryan, o bonitinho-mas-nerd-e-cheio-de-tiques Seth e a algo fútil Summer. Todos, claro, travestidos. Endereço sugerido: www.youtube.com/watch?v=bSWDRlbdzJw
3) "Brokeback Island" ou "Quando os caubóis gays encontram "Lost'". Esse é em cima daquelas peças promocionais da Fox americana para divulgar "Lost". Na verdade, um bem sacado mix de clipes de cenas entre o médico Jack e o galã mau-caráter Sawyer, com a trilha sonora e o nome emprestados de "Brokeback Mountain", de Ang Lee. Endereço: www.youtube.com/watch?v=j0E1s9CFnG4

Pirataria
Milhares de fanáticos vão mirar seus olhos para a telinha, agora que "Lost" voltou e "24 Horas" volta na semana que vem.
Também já dito neste jornal, há hoje três tipos de pessoas que assistem a esses seriados viciantes. Os que vêem na TV aberta, os que acompanham antes na TV paga e os que não agüentam esperar, pegam na internet e assistem felizes, horas depois que a série vai ao ar nos EUA. Essa última estirpe pode ser chamada de piratas, como o foi nesta mesma Folha no último domingo, no texto "Pirataria de seriados americanos pela internet vira mania entre fãs"?
Ronaldo Lemos, especialista em direito na internet e coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acha que não.
"O termo "pirataria" tem forte carga emocional, mas não tem praticamente nenhum significado. Por exemplo, "pirataria" de remédios ou tênis Nike e de seriados são atividades completamente distintas, que dizem respeito a comportamentos sociais totalmente diferentes. O termo pirataria vem sendo usado principalmente como uma bandeira política, forjada sobretudo pelo discurso da indústria americana, na luta por modificações das leis, que muitas vezes são contrárias aos interesses da sociedade e prejudicam o acesso à informação e ao conhecimento. Por isso, empregar o termo "pirataria" de forma generalizada na imprensa empobrece o debate sobre direitos autorais, em vez de torná-lo claro."


@ - lucio@uol.com.br

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