São Paulo, terça-feira, 10 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fundação Bienal adia escolha de novo presidente

Parecer de Conselho Fiscal aprova contas, mas aponta omissão de origem de doações e reavaliação de ativos

Manoel Francisco Pires da Costa será candidato à reeleição; dois catálogos da mostra do ano passado ainda não foram publicados


FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje a Fundação Bienal deveria eleger seu novo presidente. Mas na última quinta um documento do Conselho Fiscal solicitou o adiamento da reunião, por fazer "restrições a importantes aspectos das contas apresentadas" pelo atual presidente, Manoel Francisco Pires da Costa, candidato à reeleição.
"Adiei a reunião para dia 19 a pedido do Conselho Fiscal, mas ainda não sei bem dos detalhes. Sei que haverá uma reunião hoje [ontem], para esclarecimentos", disse o presidente do Conselho da Bienal, Miguel Pereira.
O pedido de adiamento da reunião foi entregue com um parecer independente de auditores, que, apesar de aprovar as contas, fez restrições a dois itens: a omissão da origem de doações e contribuições para a Bienal e a reavaliação de ativos da instituição.
"A Fundação tem parte significativa de suas receitas proveniente de doações e de contribuições de terceiros, e o exame dessas receitas ficou restrito aos valores constantes nos registros contábeis", descreve o parecer. Do total de receitas em 2006 (R$ 17,49 milhões), 81% do faturamento (R$ 13,35 milhões) vem de doações e contribuições. Sem o acesso à origem, a auditoria questiona a legitimidade das contas.
O parecer aponta ainda que a Bienal teve, em 2006, um prejuízo superior a R$ 1 milhão. Segundo a Folha apurou, há artistas que não receberam pelo trabalho. Duas publicações da mostra ainda não foram impressas. "Para mim, a Bienal ainda não acabou, estou aguardando os dois catálogos", disse a curadora, Lisette Lagnado.
"O conselho fiscal tem todo direito de pedir esclarecimentos e, de fato, o parecer foi entregue em cima da hora", afirmou Pires da Costa, que confirma ser candidato à reeleição. "Fui muito pressionado por vários companheiros. Acho que meu nome será levado a plenário. Não sei se isso está incomodando alguém", afirmou.


Texto Anterior: Compilação de música cubana é líder do selo
Próximo Texto: Morre, aos 78, Sol LeWitt, um dos expoentes da arte conceitual
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.