|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em show, guitarrista Larry Coryell apresenta sua fusão de jazz e rock
Pioneiro em misturas desde os anos 60, músico faz show hoje no Bourbon
CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um dos pioneiros nas fusões
do jazz com o rock durante a
década de 60, o guitarrista norte-americano Larry Coryell toca hoje à noite, em São Paulo.
Vem acompanhado por dois
conceituados instrumentistas
do gênero: Mark Egan (baixista) e Paul Wertico (baterista).
"Esse é o meu grupo principal, com o qual toco há muitos
anos. Eu me sinto muito confortável ao lado deles", diz o
também violonista e compositor texano, de 65 anos.
Coryell despontou na cena
do jazz em meados da década
de 60, ao gravar com o baterista
Chico Hamilton. Pouco depois
liderou a meteórica banda Free
Spirits, que alguns especialistas
consideram ter sido a primeira
a introduzir elementos do rock
na linguagem do jazz, antecipando o estilo híbrido que ficou
conhecido como jazz-rock ou,
mais tarde, fusion.
A considerável popularidade
que Coryell desfrutou ao longo
dos anos 70, especialmente como líder da banda The Eleventh House, não impediu que
sua música fosse esnobada por
muitos críticos, na década seguinte, quando uma onda de
conservadorismo se instalou
no cenário jazzístico dos EUA.
"Talvez eu tenha sido um
pouco discriminado, mas isso
não é tão importante. Acredito
que há espaço para todos", afirma o guitarrista. "Sempre gostei de tocar jazz e isso é o que
conta. De certo modo, a fusion
nasceu porque alguns músicos
jovens, como eu, queriam contribuir com algo de novo para a
música de nossa geração. Mas
tudo o que fizemos e criamos tinha o jazz como base".
Apreciador da música brasileira, Coryell lançou em 1992 o
álbum "Live from Bahia" (Rhino), que contou com participações dos violonistas Dori
Caymmi e Romero Lubambo,
do tecladista Luiz Avellar e do
baixista Nico Assumpção, entre
outros instrumentistas locais.
Embora admita que durante
os últimos anos seu contato
com a música brasileira diminuiu, ele demonstra que não
perdeu o interesse. Derrama
elogios ao bandolinista Hamilton de Holanda, que conheceu
em 2005. "Ele é fantástico, tem
uma técnica incrível", diz.
Para os fãs mais veteranos de
Coryell, que acompanharam
seus primeiros shows no Brasil,
em 1978, ao lado do violonista
anglo-belga Philip Catherine,
uma boa notícia: os álbuns
"Twin House" e "Splendid",
que registram essa lendária
parceria, foram finalmente editados em CD no mercado norte-americano meses atrás. "Era
muito fácil tocar com Philip
porque admirávamos as mesmas fontes musicais", diz.
E como o guitarrista encara
as recentes transformações na
indústria musical derivadas da
tecnologia digital? "Certamente não foram boas para as gravadoras, e os músicos ainda estão se adaptando a elas. Mas o
que importa é que as pessoas
continuam precisando ouvir
música como precisam de comida ou de ar para respirar".
LARRY CORYELL TRIO
Quando: hoje, às 22h
Onde: Bourbon Street Music Club (r.
dos Chanés, 127, tel. 0/xx/11/5095-6100)
Quanto: R$ 95
Texto Anterior: 16º Abril pro Rock começa amanhã Próximo Texto: Festival Instrumental tem 2ª edição Índice
|