São Paulo, sábado, 10 de abril de 2010

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Crítica

"Dillinger" de John Milius recria busca pelo mito

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O Dillinger de John Milius (sua estreia na direção) não tem muita relação com o Dillinger de Michael Mann (2009), assim como o charme de Warren Oates, o ator em 1973, dificilmente seria confundido com o de Johnny Depp.
Em "Dillinger - Inimigo Público Nº 1" (TCM, 19h05; 12 anos), o que se sobressai é, já, a ideia do cinema como arte americana por excelência. Tanto o gângster como seu grande perseguidor, Melvin Purvis, do FBI, dão a impressão de agir antes de mais nada para o espetáculo, para o futuro -para as câmeras, enfim.
É como se ambos preparassem, com seus gestos, um retrato para ser visto postumamente. Um mito, em suma. A beleza deste filme de pequeno orçamento e muito talento vem daí, em grande parte.
Milius desvia-se sutilmente da ideia do bandido romântico da Era da Depressão que dominava o início dos 1970. Era já um conservador, mas não um tonto. E conservador nas coisas do cinema, nem de longe.
De resto, vamos convir que hoje está difícil sair do TCM. Uma boa tentativa será com "O Amor em Fuga" (Futura, 22h30; 12 anos), de François Truffaut, de modo a evitar o já muito revisto "Psicose" (TCM, 22h; 12 anos), de Hitchcock. Mas não há como não voltar ao canal às 23h55 quando entra outra joia hitchcockiana, um apogeu da fase inglesa: "A Dama Oculta" (livre).


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