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Matisyahu mostra reggae "paz e amor" em SP
Judeu ortodoxo, o norte-americano apresenta amanhã músicas de seus três álbuns, cujas letras fazem apelo para fim das guerras
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
"Toda a minha vida esperei
para/ Venho rezando para, para as pessoas falarem/ Que nós
não vamos mais brigar/ Não
haverá mais guerras/ E nossas
crianças vão brincar, um dia."
Um mundo sem guerras, em
que a paz reina e todos sejam
amigos. É o que Matisyahu diz
em "One Day", uma de suas
músicas mais conhecidas, e é a
"mensagem" que ele procura
passar em basicamente a maioria de suas canções.
"One Day" foi o primeiro single de "Light" (2009), o terceiro
e mais recente disco desse norte-americano de 30 anos. Uma
mistura desses álbuns será
apresentada amanhã, em show
no Via Funchal, em São Paulo.
A retórica paz e amor de Matisyahu é comum no tipo de
música que ele faz -o reggae-
e, aqui, é apoiada pela religiosidade deste judeu ortodoxo. O
cantor, por exemplo, não se
apresenta durante o Shabat
(pôr do sol de sexta-feira até o
pôr do sol de sábado) e exige comida kosher em suas viagens.
"É apenas uma de minhas influências", diz Matisyahu, por
telefone, sobre sua religião. "O
que me define é a minha religião, minha música, tudo o que
eu faço. A religião é parte do
que sinto, da minha história, é
parte do que me inspira. Minha
música também é alimentada
pela minha espiritualidade."
O fato de ser um judeu ortodoxo é algo que sempre dá o
tom nos textos que descrevem
Matisyahu. A sobreposição da
religião à música o irrita?
"Na verdade, não. Sou o que
sou. Algumas pessoas focam na
religião, o que posso fazer? Outras focam na música. Tento
não me estressar sobre isso."
À música. Matisyahu é essencialmente um cantor de reggae,
mas tempera sua música com
pitadas de rock, rap e pop. Essa
é a receita -que gerou resultado meio insípido- de "Light".
Para preparar esse disco, ele
teve a ajuda de diversos produtores, como David Kahne (Strokes, Linkin Park) e a dupla de
dancehall/reggae Sly & Robbie.
"Meu estilo é uma fusão de
ritmos. Queria um disco plural,
por isso chamei várias pessoas
para trabalhar comigo."
O álbum foi gravado nos Estados Unidos e na Jamaica. Comercialmente, não foi tão bem-sucedido quanto o anterior,
"Youth", que chegou ao quarto
lugar da parada americana
("Light" alcançou o 19º).
"Quando escrevo e faço música, não penso se vou atrair
mais fãs ou não. Escrevo de
acordo com o que quero como
cantor. Quero criar uma diversidade que me inspire."
MATISYAHU
Quando: amanhã, às 20h
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65,
Vila Olímpia, São Paulo; tel. 0/xx/
11/2144-5444)
Quanto: de R$ 100 a R$ 180
Classificação: 12 anos
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