São Paulo, sábado, 10 de abril de 2010

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Matisyahu mostra reggae "paz e amor" em SP

Judeu ortodoxo, o norte-americano apresenta amanhã músicas de seus três álbuns, cujas letras fazem apelo para fim das guerras

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

"Toda a minha vida esperei para/ Venho rezando para, para as pessoas falarem/ Que nós não vamos mais brigar/ Não haverá mais guerras/ E nossas crianças vão brincar, um dia." Um mundo sem guerras, em que a paz reina e todos sejam amigos. É o que Matisyahu diz em "One Day", uma de suas músicas mais conhecidas, e é a "mensagem" que ele procura passar em basicamente a maioria de suas canções.
"One Day" foi o primeiro single de "Light" (2009), o terceiro e mais recente disco desse norte-americano de 30 anos. Uma mistura desses álbuns será apresentada amanhã, em show no Via Funchal, em São Paulo.
A retórica paz e amor de Matisyahu é comum no tipo de música que ele faz -o reggae- e, aqui, é apoiada pela religiosidade deste judeu ortodoxo. O cantor, por exemplo, não se apresenta durante o Shabat (pôr do sol de sexta-feira até o pôr do sol de sábado) e exige comida kosher em suas viagens.
"É apenas uma de minhas influências", diz Matisyahu, por telefone, sobre sua religião. "O que me define é a minha religião, minha música, tudo o que eu faço. A religião é parte do que sinto, da minha história, é parte do que me inspira. Minha música também é alimentada pela minha espiritualidade."
O fato de ser um judeu ortodoxo é algo que sempre dá o tom nos textos que descrevem Matisyahu. A sobreposição da religião à música o irrita? "Na verdade, não. Sou o que sou. Algumas pessoas focam na religião, o que posso fazer? Outras focam na música. Tento não me estressar sobre isso."
À música. Matisyahu é essencialmente um cantor de reggae, mas tempera sua música com pitadas de rock, rap e pop. Essa é a receita -que gerou resultado meio insípido- de "Light". Para preparar esse disco, ele teve a ajuda de diversos produtores, como David Kahne (Strokes, Linkin Park) e a dupla de dancehall/reggae Sly & Robbie.
"Meu estilo é uma fusão de ritmos. Queria um disco plural, por isso chamei várias pessoas para trabalhar comigo." O álbum foi gravado nos Estados Unidos e na Jamaica. Comercialmente, não foi tão bem-sucedido quanto o anterior, "Youth", que chegou ao quarto lugar da parada americana ("Light" alcançou o 19º).
"Quando escrevo e faço música, não penso se vou atrair mais fãs ou não. Escrevo de acordo com o que quero como cantor. Quero criar uma diversidade que me inspire."


MATISYAHU

Quando: amanhã, às 20h
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65, Vila Olímpia, São Paulo; tel. 0/xx/ 11/2144-5444)
Quanto: de R$ 100 a R$ 180
Classificação: 12 anos




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