São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Soul de protesto conduz show de Legend e Roots Cantor e banda de hip-hop apresentam músicas do CD "Wake Up!" em SP Grupo fez campanha pró-Obama e resgata temas dos anos 60 para criticar cultura política dos norte-americanos MAYRA MALDJIAN DE SÃO PAULO Novembro de 2008. A faixa presidencial cruza o peito de um negro pela primeira vez na história dos EUA. Para um país marcado pela segregação racial, é uma vitória. Mas nem tudo é positivo para Ahmir "Questlove" Thompson, que fez campanha pró-Obama durante as eleições americanas ao lado de sua banda, o The Roots. "Os cidadãos americanos não têm a mínima educação política", afirmou o baterista em entrevista à Folha. "As pessoas acreditavam cegamente que Obama faria mágica. De repente, haveria terra e emprego para todos, além de uma galinha na panela de cada um", disse. O descontentamento uniu o cantor John Legend aos amigos de campanha, e dessa frustração mútua nasceu "Wake Up!" (2010), disco que os parceiros levam ao palco do Urban Music Festival, que acontece no próximo dia 29, em São Paulo. Como quem passa aquela mão de verniz no móvel velho, o The Roots -um dos nomes do hip-hop que ainda conseguem renovar o fôlego da cena- reconstruiu canções de protesto político dos anos 60 e 70 sem tirar delas as marcas do passado. Entre os temas: guerra do Vietnã e movimento negro pelos direitos civis. Na dianteira, John Legend, vencedor de nove prêmios Grammy, faz bonito o papel de "soulman". "É o tipo de música que me inspira", afirma o cantor, que interpretou desde clássicos até obscuridades do soul e do R&B daquela época. "Hang On in There", de Mike James Kirkland, é uma das preferidas de Questlove e Legend, que traduz a decepção com o país na medida certa. Para Legend, "Hard Times", de Curtis Mayfield, é a que melhor representa os EUA de agora. "Há muito desemprego por aqui." Das 13 faixas, somente "Shine" não é cover. Ela foi composta pelo cantor. Para Questlove, a ideia era escolher canções que criassem um laço afetivo com cidadãos de todas as idades. "Nossos pais vão relembrar as músicas. E a geração hip-hop vai reconhecer os "samples" nas músicas do Wu Tang Clan ou do A Tribe Called Quest", completa Questlove. URBAN MUSIC FESTIVAL QUANDO 29/5, horário não divulgado ONDE Arena Anhembi (av. Olavo Fontoura, 1.209, tel. 0/xx/11/2226-0400) QUANTO de R$ 100 a R$ 600 CLASSIFICAÇÃO 16 anos Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Negro nordestino maravilhou Carella Índice | Comunicar Erros

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