São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2005

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DANÇA

A principal companhia de balé do Reino Unido deve se apresentar no Rio e em SP; três brasileiros integram grupo

Royal Ballet prepara visita ao Brasil em 2006

TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL

As sapatilhas do Royal Ballet devem colocar suas pontas no Brasil em 2006. A principal companhia de balé clássico do Reino Unido (e uma das três mais prestigiadas do mundo) incluiu Rio e São Paulo em sua próxima turnê.
No ano em que completam 75 de existência, o grupo volta ao Brasil (há três décadas eles fizeram sua única performance aqui).
Fundada a partir da escola da irlandesa Ninette de Valois (1898-2001), a companhia ganhou seu nome atual somente em 1956. Durante a Segunda Guerra Mundial, os bailarinos dançavam para as tropas aliadas no continente. Após o conflito, eles passaram a ocupar a tradicional Royal Opera House, inaugurada em 1732.
Nos últimos anos, o grupo passa por uma internacionalização de seu elenco, que conta inclusive com três brasileiros. Uma delas, Roberta Marquez, 28, faz parte da seleção de bailarinos principais -são apenas 11 mulheres, que sempre protagonizam as peças.
"Temos muita sorte de ter a Roberta em nosso elenco. Ela é uma bailarina extraordinária", elogia Anthony Russel-Roberts, diretor administrativo do Royal Ballet, que veio ao Brasil nesta semana acertar os detalhes da temporada que deve acontecer no Municipal do Rio e de São Paulo.
"Os teatros são lindos. É um privilégio para nós. São espaços antigos, e temos muito respeito por isso", diz o diretor da cia. inglesa.
As temporadas internacionais acontecem uma vez por ano. Em 2006, os cerca de 90 dançarinos passam primeiro por Washington e Boston, EUA, e depois aportam no Brasil, entre 26 de junho e 9 de julho. Eles devem trazer duas peças: "Romeu e Julieta", coreografia do mítico Kenneth MacMillan (1929-92) e música de Prokofiev, será mostrada nos teatros, e, provavelmente, trechos de "Giselle" serão apresentados a céu aberto nas duas cidades.
A montagem de "Romeu e Julieta" vem em uma versão renovada, a terceira feita pelo grupo. "É uma de nossas grandes peças, é maravilhosa, além de ser Shakespeare", afirma Russel-Roberts.
As peças serão diferentes das que os americanos assistirão por questões logísticas. O cenário de "Romeu e Julieta" precisa de cinco contêineres para ser transportado. E, além da orquestra dos respectivos teatros onde se apresentarão, o balé necessita de 30 atores -serão contratados aqui.
A superprodução está orçada em R$ 4 milhões, recurso que ainda está sendo captado.
"Serão de quatro a seis apresentações em cada cidade, além do "open air". Tudo depende do número de ensaios que eles precisarão", conta Maria Rita Stumpf, da produtora Antares, que organiza a vinda do grupo para cá.
Stumpf já trouxe mais de 40 grupos de dança para o Brasil, entre eles, a Merce Cunningham Dance Company, em 2004. Ainda neste ano, ela deve trazer as companhia de Eva Yerbabuena e Martha Graham, além do Pilobolus.


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