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DANÇA
A principal companhia de balé do Reino Unido deve se apresentar no Rio e em SP; três brasileiros integram grupo
Royal Ballet prepara visita ao Brasil em 2006
TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL
As sapatilhas do Royal Ballet
devem colocar suas pontas no
Brasil em 2006. A principal companhia de balé clássico do Reino
Unido (e uma das três mais prestigiadas do mundo) incluiu Rio e
São Paulo em sua próxima turnê.
No ano em que completam 75
de existência, o grupo volta ao
Brasil (há três décadas eles fizeram sua única performance aqui).
Fundada a partir da escola da irlandesa Ninette de Valois (1898-2001), a companhia ganhou seu
nome atual somente em 1956. Durante a Segunda Guerra Mundial,
os bailarinos dançavam para as
tropas aliadas no continente.
Após o conflito, eles passaram a
ocupar a tradicional Royal Opera
House, inaugurada em 1732.
Nos últimos anos, o grupo passa
por uma internacionalização de
seu elenco, que conta inclusive
com três brasileiros. Uma delas, Roberta Marquez, 28, faz parte da seleção de
bailarinos principais -são apenas 11 mulheres, que sempre protagonizam as peças.
"Temos muita sorte de ter a Roberta em nosso elenco. Ela é uma
bailarina extraordinária", elogia
Anthony Russel-Roberts, diretor
administrativo do Royal Ballet,
que veio ao Brasil nesta semana
acertar os detalhes da temporada
que deve acontecer no Municipal
do Rio e de São Paulo.
"Os teatros são lindos. É um privilégio para nós. São espaços antigos, e temos muito respeito por isso", diz o diretor da cia. inglesa.
As temporadas internacionais
acontecem uma vez por ano. Em
2006, os cerca de 90 dançarinos
passam primeiro por Washington e Boston, EUA, e depois aportam no Brasil, entre 26 de junho e
9 de julho. Eles devem trazer duas
peças: "Romeu e Julieta", coreografia do mítico Kenneth MacMillan (1929-92) e música de Prokofiev, será mostrada nos teatros, e,
provavelmente, trechos de "Giselle" serão apresentados a céu
aberto nas duas cidades.
A montagem de "Romeu e Julieta" vem em uma versão renovada, a terceira feita pelo grupo. "É
uma de nossas grandes peças, é
maravilhosa, além de ser Shakespeare", afirma Russel-Roberts.
As peças serão diferentes das
que os americanos assistirão por
questões logísticas. O cenário de
"Romeu e Julieta" precisa de cinco contêineres para ser transportado. E, além da orquestra dos
respectivos teatros onde se apresentarão, o balé necessita de 30
atores -serão contratados aqui.
A superprodução está orçada
em R$ 4 milhões, recurso que ainda está sendo captado.
"Serão de quatro a seis apresentações em cada cidade, além do
"open air". Tudo depende do número de ensaios que eles precisarão", conta Maria Rita Stumpf, da
produtora Antares, que organiza
a vinda do grupo para cá.
Stumpf já trouxe mais de 40
grupos de dança para o Brasil, entre eles, a Merce Cunningham
Dance Company, em 2004. Ainda
neste ano, ela deve trazer as companhia de Eva Yerbabuena e Martha Graham, além do Pilobolus.
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