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Anna Muylaert vence prêmio de cinema
"É Proibido Fumar", filme de baixo orçamento, ganhou cinco troféus em cerimônia anteontem, no Rio de Janeiro
"Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei", premiado em quatro categorias, foi outro destaque da noite
AUDREY FURLANETO
DO RIO
Dois filmes sem grandes
orçamentos foram os maiores vencedores do Grande
Prêmio do Cinema Brasileiro,
da Academia Brasileira de Cinema, entregue na noite de
anteontem, no Rio.
Das 27 categorias, "É Proibido Fumar", de Anna Muylaert, levou cinco troféus
(longa de ficção, direção, roteiro original, trilha sonora e
montagem) e "Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei",
de Cláudio Manoel, Calvito
Leal e Micael Langer, ficou
com quatro (documentário,
montagem de documentário,
som e trilha original).
Orçado em R$ 3 milhões,
"É Proibido Fumar" desbancou produções mais caras,
como "Se Eu Fosse Você 2",
de Daniel Filho.
Com pelo menos o dobro
do orçamento do drama de
Muylaert, "Se Eu Fosse..."
concorria a nove categorias e
venceu duas -melhor filme
no voto popular e melhor
ator, para Tony Ramos.
Foi, aliás, na categoria de
interpretação que outra produção maior conseguiu seu
espaço. Lilia Cabral recebeu
o troféu de melhor atriz por
"Divã", de José Alvarenga Jr.
Já "Tempos de Paz", também de Daniel Filho e favorito da noite com 11 indicações,
venceu apenas nas categorias de melhor figurino e melhor roteiro adaptado.
"Não faço bilheteria como
o Daniel, mas eu ganho prêmio, ganho prêmio...", disse
a produtora de "É Proibido
Fumar", Sara Silveira.
O longa também foi o
grande vencedor do Festival
de Brasília em 2009, com oito
prêmios, como melhor filme
e roteiro, entre outros.
Nesta edição, o Grande
Prêmio homenageou o cineasta Anselmo Duarte, morto em 2009.
Diretor de "O Pagador de
Promessas" (1962) e único
brasileiro a vencer a Palma
de Ouro em Cannes, ele foi
lembrado em discurso emocionado, lido por Glória Menezes e escrito por Ignácio de
Loyola Brandão.
"Ele era seguro, determinado, sem pose de gênio,
sem exibições megalomaníacas", disse Glória.
JOSÉ SIMÃO
O colunista é publicado
no caderno Copa 2010.
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