São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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15 anos de animação

Maior festival de animação das Américas, Anima Mundi chega amanhã a São Paulo, que promove fórum para discutir investimentos e as perspectivas desse mercado

Fotos divulgação
Cena de "Sigg Jones", atração do 15º Anima Mundi

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

São 15 anos de vida e, como bom adolescente, o Anima Mundi chega amanhã a São Paulo fazendo barulho e pedindo respeito para seus desenhos.
"Não há como ignorar, do ponto de vista dos negócios, um gênero cinematográfico [a animação] que, todo ano, produz em torno de 300 novos curtas no Brasil", afirma Cesar Coelho, animador e um dos criadores do festival.
Os números do Anima mostram que o público já não ignora. Os 7.000 visitantes da primeira edição, em 1993, apenas no Rio, já haviam sido triplicados quando o festival passou a acontecer também em São Paulo (em 1997) e, em 2006, com edições especiais em Brasília e Belém, a platéia ultrapassou as 110 mil pessoas.
"Nossa maior preocupação sempre foi formar público, distribuir ao máximo o que sabíamos por meio de oficinas, exposições, para que todo mundo tenha acesso", diz Aída Queiroz, também criadora do Anima.
Como reflexo do aumento de interesse do público, cresceram a produção e participação de animações brasileiras no festival, chegando a 322 inscritos e 68 selecionados este ano.
"O evento fez a ponte entre autores e público, criando um nicho de mercado que está se solidificando agora. A produção brasileira, que era quase zero no início dos anos 90, agora é a que mais se inscreve", diz Aída.
Espelhada pelo festival, a animação brasileira caminhou significativamente nos últimos 15 anos, graças aos avanços econômicos depois da ressaca da era Collor, à disseminação do computador (principal meio de criação e divulgação para os independentes) e aos incentivos fiscais em diversos Estados fora do eixo Rio-SP.

Mercado de animação
"Estamos no limiar de um acontecimento. Todas as peças estão na mesa, entramos no mercado internacional na posição de criadores de conteúdo, o que é raro, já há vários acordos de co-produção com o Canadá em andamento, estamos exportando mão-de-obra", enumera Coelho.
"Precisamos agora amarrar as pontas desse mercado, que não tem histórico como indústria. E, no mundo inteiro, isso é feito a partir de parcerias com a TV, usando-a como veículo e como parceira de produção."
A seção paulista do evento é a que potencializa a discussão sobre desenvolvimento de mercado, por meio do Anima Fórum, que acontece apenas em São Paulo, pelo segundo ano.
O evento reúne animadores, técnicos e executivos da indústria audiovisual na quinta e na sexta (12 e 13/7), para discutir financiamento e forjar possíveis parcerias.
"Há duas possibilidades para financiamento de produção: uma é incentivo fiscal, mas ele serve apenas como um começo, é preciso ser auto-sustentável e, para isso, as parcerias com a TV são solução. São essas discussões que teremos no fórum", explica Coelho.

Filmes e convidados
Chegando ao Memorial da América Latina amanhã, após passar pelo Rio, esta edição do Anima Mundi tem entre os destaques convidados internacionais como Mark Walsh, diretor de animação da Pixar.
O tradicional "Papo Animado", em que diretores apresentam suas obras e conversam com o público, recebe este ano o russo Mikhail Aldashin, o canadense John Weldon e o norte-americano Kirk Kelley, além do brasileiro Alê Abreu.
A programação completa do festival, que além das várias sessões de animação terá oficinas abertas ao público, pode ser encontrada no site www.animamundi.com.br.

15º ANIMA MUNDI


Quando: de amanhã a domingo (15/7), das 11h às 24h
Onde: Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo, tel. 0/xx/11/3823-4600)
Quanto: de entrada franca a R$ 6



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