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15 anos de animação
Maior festival de animação das Américas, Anima Mundi chega amanhã a São Paulo, que promove fórum para discutir investimentos e as perspectivas desse mercado
Fotos divulgação
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Cena de "Sigg Jones", atração do 15º
Anima Mundi
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
São 15 anos de vida e, como
bom adolescente, o Anima
Mundi chega amanhã a São
Paulo fazendo barulho e pedindo respeito para seus desenhos.
"Não há como ignorar, do
ponto de vista dos negócios, um
gênero cinematográfico [a animação] que, todo ano, produz
em torno de 300 novos curtas
no Brasil", afirma Cesar Coelho, animador e um dos criadores do festival.
Os números do Anima mostram que o público já não ignora. Os 7.000 visitantes da primeira edição, em 1993, apenas
no Rio, já haviam sido triplicados quando o festival passou a
acontecer também em São
Paulo (em 1997) e, em 2006,
com edições especiais em Brasília e Belém, a platéia ultrapassou as 110 mil pessoas.
"Nossa maior preocupação
sempre foi formar público, distribuir ao máximo o que sabíamos por meio de oficinas, exposições, para que todo mundo tenha acesso", diz Aída Queiroz,
também criadora do Anima.
Como reflexo do aumento de
interesse do público, cresceram a produção e participação
de animações brasileiras no
festival, chegando a 322 inscritos e 68 selecionados este ano.
"O evento fez a ponte entre
autores e público, criando um
nicho de mercado que está se
solidificando agora. A produção
brasileira, que era quase zero
no início dos anos 90, agora é a
que mais se inscreve", diz Aída.
Espelhada pelo festival, a
animação brasileira caminhou
significativamente nos últimos
15 anos, graças aos avanços econômicos depois da ressaca da
era Collor, à disseminação do
computador (principal meio de
criação e divulgação para os independentes) e aos incentivos
fiscais em diversos Estados fora
do eixo Rio-SP.
Mercado de animação
"Estamos no limiar de um
acontecimento. Todas as peças
estão na mesa, entramos no
mercado internacional na posição de criadores de conteúdo, o
que é raro, já há vários acordos
de co-produção com o Canadá
em andamento, estamos exportando mão-de-obra", enumera Coelho.
"Precisamos agora amarrar
as pontas desse mercado, que
não tem histórico como indústria. E, no mundo inteiro, isso é
feito a partir de parcerias com a
TV, usando-a como veículo e
como parceira de produção."
A seção paulista do evento é a
que potencializa a discussão sobre desenvolvimento de mercado, por meio do Anima Fórum, que acontece apenas em
São Paulo, pelo segundo ano.
O evento reúne animadores,
técnicos e executivos da indústria audiovisual na quinta e na
sexta (12 e 13/7), para discutir
financiamento e forjar possíveis parcerias.
"Há duas possibilidades para
financiamento de produção:
uma é incentivo fiscal, mas ele
serve apenas como um começo,
é preciso ser auto-sustentável
e, para isso, as parcerias com a
TV são solução. São essas discussões que teremos no fórum", explica Coelho.
Filmes e convidados
Chegando ao Memorial da
América Latina amanhã, após
passar pelo Rio, esta edição do
Anima Mundi tem entre os destaques convidados internacionais como Mark Walsh, diretor
de animação da Pixar.
O tradicional "Papo Animado", em que diretores apresentam suas obras e conversam
com o público, recebe este ano
o russo Mikhail Aldashin, o canadense John Weldon e o norte-americano Kirk Kelley, além
do brasileiro Alê Abreu.
A programação completa do
festival, que além das várias
sessões de animação terá
oficinas abertas ao público, pode ser encontrada no site
www.animamundi.com.br.
15º ANIMA MUNDI
Quando: de amanhã a domingo
(15/7), das 11h às 24h
Onde: Memorial da América Latina
(av. Auro Soares de Moura Andrade,
664, Barra Funda, São Paulo, tel.
0/xx/11/3823-4600)
Quanto: de entrada franca a R$ 6
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