São Paulo, sexta-feira, 10 de agosto de 2007

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Crítica/Rock

Queens of the Stone Age mantém base e pegada em "Era Vulgaris"

Quinto disco da banda tem lados "sujo" e "vulnerável", segundo guitarrista

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

É com referências ao "bruxo" Aleister Crowley e mantendo a coerência musical e a coesão entre seus membros que o Queens of the Stone Age, a banda americana liderada por Joshua Homme, lança seu novo disco, "Era Vulgaris".
O título "é um termo latino que está nos escritos de Crowley, se refere à nossa era atual", segundo diz à Folha o guitarrista Troy Van Leeuwen.
"Para nós, é só uma indicação de que é um disco moderno, um título que usamos para dar unidade às músicas." Van Leeuwen entrou na banda durante a turnê do terceiro álbum, "Songs for the Deaf" (2002), que tinha o ex-Nirvana Dave Grohl na bateria.
A atual base do QOTSA seria completada ainda naquela turnê, com Grohl voltando para o Foo Fighters e deixando as baquetas para Joey Castillo. Juntos, Homme, Van Leeuwen e Castillo gravaram "Lullabies to Paralyze" (2005) e "Era Vulgaris", o que os torna a base mais regular que o grupo já teve em disco. Ainda assim, todos mantêm outros projetos.
"Enquanto Joshua estava em turnê com o Eagles of Death Metal, eu fiz shows com Mark Lanegan e com minha outra banda, Enemy. Mas o Queens é a nave-mãe, é para onde todos voltamos porque é importante para nós."
Sobre o novo álbum, Van Leeuwen diz que ele foi "muito colaborativo" e que, diferentemente de "Lullabies" (composto na estrada, em turnê), foi criado em estúdio. Para o guitarrista, a música que melhor representa o CD é "Battery Acid". "Expressa os dois lados do álbum: um que é elétrico, sujo e cru, e outro que é melódico, bonito e vulnerável."

Convidados
Como já é tradicional, o QOTSA recebe parceiros em seu novo disco -além do velho colaborador Lanegan (em "River in the Road"), o vocalista do Strokes, Julian Casablancas, aparece no primeiro single do álbum, a boa "Sick, Sick, Sick".
Tanto ela quanto o outro single, a ótima "3's & 7's", podem ser creditadas à parte "suja e crua" do disco, ainda que ambas sejam bastante melódicas. A parte "bonita e vulnerável" pode ser ouvida em "Into the Hollow", "Make It Wit Chu" e "Suture Up Your Future".
Feitas as contas, "Era Vulgaris" é uma evolução em relação a "Lullabies to Paralyze" -apesar de não ter nada tão matador quanto "Little Sister"-, o que mostra que a trinca Homme, Van Leeuwen e Castillo pode render ainda mais. Se conseguirem continuar juntos.


ERA VULGARIS
Artista:
Queens of the Stone Age
Gravadora: Universal
Quanto: R$ 23, em média
Avaliação: bom


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