das agências internacionais

Crianças de menos de 2 anos não devem ver TV, e as crianças maiores e os adolescentes não devem ter TV no quarto. Essas são algumas das recomendações de um estudo divulgado na semana passada pela Academia Norte-Americana de Pediatria.
Segundo o estudo, ver TV pode afetar a saúde física e social dos jovens. No caso dos bebês, a TV não é indicada pois é uma atividade na qual há pouca interatividade com os pais e com outras pessoas.
Os coordenadores do estudo concluíram também que os pediatras devem solicitar um "histórico de mídia" das crianças que atendem a seus pais. É importante conhecer os hábitos televisivos das crianças antes de fazer uma boa avaliação de sua saúde.
A educadora Peggy Charren, da Ação pela TV das Crianças, entidade que luta por uma melhora na qualidade da programação da televisão dos EUA, engrossa o coro dos que recomendam aos pais que não deixem seus filhos ver TV antes dos 2 anos. "Quanto mais tarde a criança descobre a televisão, melhor. Uma vez que elas se habituam a ver TV, fica muito difícil convencê-las de que aquilo pode ser ruim."
Mas toda TV é ruim? Segundo Peggy Charren, sim, incluindo programas educativos, como "Teletubbies" e "Barney".
Mas os produtores de "Teletubbies", a primeira produção direcionada a crianças em idade pré-escolar, discordam. "Nosso programa estimula muito a interatividade", afirma Ken Viselman, presidente da Itsy Bitsy Co., que distribui o programa.
Anne Wood, criadora dos "Teletubbies", esteve em São Paulo na sexta-feira passada num encontro para discutir a TV de qualidade e declarou não se sentir apta para avaliar ou questionar um estudo elaborado por psiquiatras, como esse da Academia Norte-Americana de Pediatria. "Mas acho que, da mesma maneira, essas pessoas não deveriam opinar sobre o que é saudável em termos de programação de TV", disse.