São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2007

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Crítica

Gitai devolve complexidade ao Oriente Médio

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Para o israelense Amos Gitai, o cinema é antes de tudo um modo de promover o diálogo entre povos do Oriente Médio.
Dito assim, soa clichê. Assistindo a "Free Zone" (TC Cult, 18h30), a diferença será evidente. No clichê, a idéia de diálogo parte da idéia da imagem como linguagem universal e tal e coisa, mas esconde que essa linguagem tende a impor uma visão das coisas em detrimento de outras.
O esforço de Gitai, quando fala de diálogo, é exatamente o inverso: trata-se de restituir à situação no Oriente Médio sua complexidade, a pertinência das várias linguagens que ali se engalfinham.
Com isso, abre-se a possibilidade de os povos envolvidos no conflito se reconhecerem, isto é, se admitirem, verem no outro o direito à vida.
Será que o cinema vai conseguir isso? Eu, muito pessoalmente, não boto a menor fé. Mas a beleza das coisas não está, o mais das vezes, em existirem, mas em serem concebidas. Então vamos nessa que o filme é lindo.


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