São Paulo, sexta-feira, 10 de setembro de 2010

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Aniversário da Bienal terá astros do mercado

Fundação trará de Oslo acervo que inclui Damien Hirst e Jeff Koons

Presidente da mostra de Arquitetura, que não poderá usar o pavilhão, diz que evento ainda assim vai acontecer

DO ENVIADO A OSLO

A festa dos 60 anos da Bienal de São Paulo, em 2011, irá contar com alguns dos artistas estelares da produção contemporânea, como o inglês Damien Hirst e os norte-americanos Jeff Koons e Matthew Barney.
Obras de relevância dos dois artistas virão alocadas entre 800 caixas em cerca de 30 contêineres, que irão se dispersar em 13 mil m2 de exposição no pavilhão da Bienal, a partir do acervo do museu Astrup Fearnley, de Oslo, na Noruega.
A mostra irá ocorrer entre outubro e dezembro de 2011, período que seria ocupado pela 9ª Bienal de Arquitetura. A exposição foi aprovada pelo Conselho da Fundação há duas semanas.
"Buscamos um museu que tivesse uma ótima coleção de arte contemporânea pois a vocação da Bienal é apresentar o que acontece hoje. Essa é uma das melhores do mundo", afirmou Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal, em Oslo.
"Há três meses estamos tentando falar com Heitor, mas fomos informados apenas por carta de que perdemos o espaço. Acho um desrespeito, mas vamos fazer a Bienal mesmo assim", diz Rosana Ferrari, presidente da seção paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil.
A instituição é a responsável pela realização dessa bienal, que tem como curador de sua 9ª edição Valter Caldana, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.
"É preciso que a Bienal de São Paulo não seja um evento isolado, mas que sempre ocorra algo no pavilhão, mantendo o educativo e outros setores ativos. A comemoração dos 60 anos já entra nesse espírito", diz Elizabeth Machado, presidente do Conselho da Bienal.

VACA E BEZERRO
Entre as obras já selecionadas para São Paulo, que terá curadoria do islandês Gunnar B. Kvaran, também diretor do Astrup Fearnley, um dos destaques é "Mother and Child Devided", de Hirst. Nela, uma vaca e um bezerro reais divididos ao meio são dispostos em vitrines com formol.
"Nós não colecionamos movimentos artísticos, colecionamos artistas, por isso temos muitas obras de cada um e assim poderemos mostrar pequenas retrospectivas dentro da exposição", conta Kvaran.
A coleção tem ainda conjuntos expressivos de Jeff Koons (17 obras), Matthew Barney (50), Cindy Sherman (15) e Richard Prince (17).
"Esses artistas nunca foram vistos de maneira ampla na Bienal e essa é outra razão pela escolha dessa coleção", explica Martins.
O acervo do Astrup Fearnley contém cerca de 500 obras do empresário norueguês Hans Rasmus Astrup, o oitavo colecionador mais importante de qualquer gênero, entre os 200 listados pela revista "Artreview".
Foi ele quem levou Koons a alcançar um recorde histórico como o artista vivo com a obra mais cara vendida em leilão, em 2001. Ele pagou US$ 5,6 milhões (cerca de R$ 9,6 milhões) por "Michael Jackson and Bubbles", que estava cotada no catálogo por US$ 250 mil (R$ 430 mil).
Nos 60 anos da Bienal, o grande destaque serão os astros do mercado. (FCY)


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