São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2006

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Bernardo Paes reinaugura centro de arte contemporânea em MG

Divulgação
"Desvio para o Vermelho", obra de Cildo Meireles em Inhotim


Localizado em Inhotim, museu privado abriga coleção com mais de 300 obras

FABIO CYPRIANO
ENVIADO ESPECIAL A INHOTIM

"Vamos falar a verdade: eu não entendo nada de arte contemporânea, eu entendo de jardim; não quero mais ser identificado como colecionador, eu não compro mais, os valores para mim mudaram e agora quero respirar", afirmou Bernardo Paes, anteontem, em meio ao seu idílico jardim, em Inhotim (MG), a 60 km de Belo Horizonte. Nos últimos três dias, Paes abriu para convidados seu espaço rebatizado como Inhotim - Centro de Arte Contemporânea.
A partir de quinta, finalmente, o centro estará aberto ao público, agora com um parque botânico. "Tivemos só visitas agendadas. Nos últimos dois anos, foram mais de 8.000 visitantes. Agora o museu está amadurecido", diz Paes.
Há dois anos, o "colecionador" abriu as portas de seu espaço em grande estilo, convidando e pagando para receber colecionadores e curadores do mundo inteiro. Entre as críticas ouvidas naquela festa, uma das mais presentes era que o então Caci não tinha relação com o local, o que motivou a transformação. "Um centro de arte contemporânea pode existir em qualquer lugar, mas Inhotim só existe aqui. Por isso, todos os nossos monitores são da região, e estamos construindo um prédio para arte e educação que irá atender às escolas."
Deixando de se apresentar como colecionador, Paes doou suas obras a Inhotim -300, segundo o folder, 400, segundo um assistente que participou da entrevista. "Há muitas obras que fazem parte de uma só série", explicou Paes.
Os curadores Rodrigo Moura, Allan Schwartzman e Jochen Volz conceberam uma nova disposição da coleção, mais enxuta que a vista há dois anos, e com trabalhos bastante radicais, caso das imagens do fotógrafo Larry Clark e da instalação de Artur Barrio.
Dois brasileiros continuam a ter espaço privilegiado no local: Tunga, em dois pavilhões, e Cildo Meireles, que tem três grandes instalações montadas, entre elas a histórica "Desvio para o Vermelho". Obras como essas tornam o lugar único no país, já que os museus nacionais não têm tido capacidade para adquirir tais trabalhos. O desafio, entretanto, é como manter Inhotim (aberto de qui. a dom., das 9h30 às 16h30, tel. 0/xx/ 31/3227-0001) sem transformá-lo num novo Masp, ou seja, um espaço com coleção preciosa, mas sem capacidade de se manter economicamente.


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