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Bernardo Paes reinaugura centro de arte contemporânea em MG
Divulgação
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"Desvio para o Vermelho", obra de Cildo Meireles em Inhotim |
Localizado em Inhotim, museu privado abriga coleção com mais de 300 obras
FABIO CYPRIANO
ENVIADO ESPECIAL A INHOTIM
"Vamos falar a verdade: eu
não entendo nada de arte contemporânea, eu entendo de jardim; não quero mais ser identificado como colecionador, eu
não compro mais, os valores
para mim mudaram e agora
quero respirar", afirmou Bernardo Paes, anteontem, em
meio ao seu idílico jardim, em
Inhotim (MG), a 60 km de Belo
Horizonte. Nos últimos três
dias, Paes abriu para convidados seu espaço rebatizado como Inhotim - Centro de Arte
Contemporânea.
A partir de quinta, finalmente, o centro estará aberto ao público, agora com um parque botânico. "Tivemos só visitas
agendadas. Nos últimos dois
anos, foram mais de 8.000 visitantes. Agora o museu está
amadurecido", diz Paes.
Há dois anos, o "colecionador" abriu as portas de seu espaço em grande estilo, convidando e pagando para receber
colecionadores e curadores do
mundo inteiro. Entre as críticas ouvidas naquela festa, uma
das mais presentes era que o
então Caci não tinha relação
com o local, o que motivou a
transformação. "Um centro de
arte contemporânea pode existir em qualquer lugar, mas
Inhotim só existe aqui. Por isso,
todos os nossos monitores são
da região, e estamos construindo um prédio para arte e educação que irá atender às escolas."
Deixando de se apresentar
como colecionador, Paes doou
suas obras a Inhotim -300, segundo o folder, 400, segundo
um assistente que participou
da entrevista. "Há muitas obras
que fazem parte de uma só série", explicou Paes.
Os curadores Rodrigo Moura, Allan Schwartzman e Jochen Volz conceberam uma nova disposição da coleção, mais
enxuta que a vista há dois anos,
e com trabalhos bastante radicais, caso das imagens do fotógrafo Larry Clark e da instalação de Artur Barrio.
Dois brasileiros continuam a
ter espaço privilegiado no local:
Tunga, em dois pavilhões, e Cildo Meireles, que tem três grandes instalações montadas, entre elas a histórica "Desvio para
o Vermelho". Obras como essas
tornam o lugar único no país, já
que os museus nacionais não
têm tido capacidade para adquirir tais trabalhos. O desafio,
entretanto, é como manter
Inhotim (aberto de qui. a dom.,
das 9h30 às 16h30, tel. 0/xx/
31/3227-0001) sem transformá-lo num novo Masp, ou seja,
um espaço com coleção preciosa, mas sem capacidade de se
manter economicamente.
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