São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2007

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Crítica

"Ruanda" é filme quadrado cheio de boa intenção

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Só uma pessoa de mau coração pode duvidar das boas intenções de "Hotel Ruanda" (TC Premium, 13h50). Afinal, a história do gerente de hotel (Don Cheadle) que abre as portas de seu estabelecimento para as pessoas que fogem de uma cruel guerra civil (em 1994, em Ruanda) é irretocável, do ponto de vista humanitário.
Estamos, de certa forma, no território do Schindler de "A Lista de Schindler" e outros benfeitores anônimos ou quase. Com a diferença de que o gerente não tinha nas costas os pecados que Schindler carregava.
Mas o que há de errado com o filme, então? À parte a quadradice patológica da forma, o filme centra fogo nos acontecimentos do momento, como a crueldade irracional das forças em combate.
Para seus responsáveis, existe uma natureza irracional e violenta: é negra, ou africana, ou lá o que seja. Não, de colonialismo não se fala. E, assim, tudo o que o politicamente correto reprime reaparece na tela com fanfarra e bandeirinhas.


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