São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2011

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André Dahmer estreia tirinha na Ilustrada

Artista carioca retoma dupla de personagens politicamente incorretos que o ajudaram a sedimentar a carreira

Série "Malvados" passa a ser publicada a partir de hoje no lugar de "Macanudo", do argentino Liniers

DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

"É um péssimo momento para nascer", pondera o quadrinista André Dahmer, 37.
Em tom de brincadeira, o carioca lamenta ter de ser contemporâneo de ilustradores figurões como Laerte e Angeli, aos quais diz estar fadado ser sempre comparado.
Será com esses e outros artistas, no entanto, que Dahmer dividirá o espaço das tirinhas da Ilustrada a partir de hoje, publicando diariamente a série "Malvados".
O carioca Dahmer substitui na Ilustrada o quadrinista argentino Liniers, que deixa de ser publicado.
Ele volta, assim, ao time de quadrinistas da Folha, após ter publicado no vizinho Folhateen por um período. "Não se trata de ter uma 'responsabilidade maior'", compara. "O mais interessante de voltar ao jornal é estar ao lado de grandes artistas."
A série "Malvados" estava interrompida havia cerca de um ano. Dahmer tem se dedicado a outros projetos, que podem ser conferidos no site www.malvados.com.br.
Foi com essa série, digamos, politicamente incorreta que Dahmer sedimentou sua carreira, nos anos 2000.
"É uma tira estranha", diz o artista. Ele parece desconfortável em ter de definir o trabalho.
"Já disseram que os personagens são margaridas, que são girassóis. Que são 'flores do mal'. Mas não acho que isso seja importante."
De todo modo, são criaturas traçadas em estilo minimalista, restrito a poucas linhas e alguns espaços preenchidos com preto ou cinza.

EM BOA HORA
Apesar de ser "péssimo para nascer", este momento é propício à valorização de quadrinistas nacionais, diz Dahmer -no contexto, por exemplo, em que os irmãos Gabriel Bá e Fábio Moon recebem prêmios internacionais pela HQ "Daytripper".
"Os jornais pararam de pagar 'syndication'", afirma, referindo-se aos agentes de quadrinistas internacionais que vendem pacotes de tirinhas para diversos veículos.
"Nada contra, mas por que não publicar os brasileiros?" Afinal, aponta, Brasil e Argentina já há alguns anos têm produzido "HQs de ponta".



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