São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2004

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ILUSTRADA

Vencedor era tido como azarão entre finalistas

Poeta Paulo Henriques Britto vence os R$ 100 mil do Portugal Telecom

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Terminou com zebra a segunda edição do prêmio Portugal Telecom de Literatura, ontem à noite, em São Paulo. Um dos autores menos conhecidos entre os dez finalistas, o carioca Paulo Henriques Britto, 53, levou o primeiro lugar do prêmio literário mais rico do país.
Com o volume de poemas "Macau", o professor de literatura da PUC-RJ levou R$ 100 mil. O segundo colocado também veio do Rio. Sérgio Sant'Anna foi premiado com R$ 30 mil pelo livro de contos "O Vôo da Madrugada", assim como o vencedor, editado pela Companhia das Letras.
O gaúcho Luiz Antonio de Assis Brasil completou o pódio com o romance "A Margem Imóvel do Rio" (L&PM editora), que lhe rendeu R$ 20 mil. Dedicou o terceiro lugar a todos os autores marginalizados do Sul.
Outros marginalizados foram lembrados por Henriques Britto após o anúncio do prêmio, em cerimônia na Sala São Paulo. "Escolhi o título "Macau", pequena ilha de língua portuguesa encravada no meio da China, para mostrar o lugar do nosso idioma no cenário mundial", afirmou.
Mais conhecido como tradutor, responsável por versões em português de autores como Philip Roth, Thomas Pynchon e Don DeLillo, o vencedor do Portugal Telecom disse que aprendeu a escrever poesia com Haroldo e Augusto de Campos (que, finalista, não levou nenhum voto) e com as traduções que fez de poetas como Wallace Stevens e Emily Dickinson. Questionado sobre o que faria com o prêmio, o escritor disse que pagaria uma dívida médica (assim como Sérgio Sant'Anna) e trocaria de carro. "O meu já tem 12 anos."


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