|
Texto Anterior | Índice
ILUSTRADA
Vencedor era tido como azarão entre finalistas
Poeta Paulo Henriques Britto vence os R$ 100 mil do Portugal Telecom
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Terminou com zebra a segunda
edição do prêmio Portugal Telecom de Literatura, ontem à noite,
em São Paulo. Um dos autores
menos conhecidos entre os dez finalistas, o carioca Paulo
Henriques Britto, 53, levou o primeiro lugar do prêmio literário
mais rico do país.
Com o volume de poemas "Macau", o professor de literatura da
PUC-RJ levou R$ 100 mil. O segundo colocado também veio do
Rio. Sérgio Sant'Anna foi premiado com R$ 30 mil pelo livro de
contos "O Vôo da Madrugada",
assim como o vencedor, editado
pela Companhia das Letras.
O gaúcho Luiz Antonio de Assis
Brasil completou o pódio com o
romance "A Margem Imóvel do
Rio" (L&PM editora), que lhe
rendeu R$ 20 mil. Dedicou o terceiro lugar a todos os autores
marginalizados do Sul.
Outros marginalizados foram
lembrados por Henriques Britto
após o anúncio do prêmio, em cerimônia na Sala São Paulo. "Escolhi o título "Macau", pequena ilha
de língua portuguesa encravada
no meio da China, para mostrar o
lugar do nosso idioma no cenário
mundial", afirmou.
Mais conhecido como tradutor,
responsável por versões em português de autores como Philip
Roth, Thomas Pynchon e Don
DeLillo, o vencedor do Portugal
Telecom disse que aprendeu a escrever poesia com Haroldo e Augusto de Campos (que, finalista,
não levou nenhum voto) e com as
traduções que fez de poetas como
Wallace Stevens e Emily Dickinson. Questionado sobre o que faria com o prêmio, o escritor disse
que pagaria uma dívida médica
(assim como Sérgio Sant'Anna) e
trocaria de carro. "O meu já tem
12 anos."
Texto Anterior: Ilustrada: "Fahrenheit" e "Paixão" estão fora de prêmio Índice
|