São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2006

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THIAGO NEY

New Order

Banda nunca lançou um disco realmente bom, mas suas canções a colocam lado a lado com qualquer outro artista

O NEW ORDER tornou-se passadista. Na turnê brasileira que inicia hoje, ninguém vai aos shows desejando ouvir canções de "Waiting for the Sirens" Call" e "Get Ready", os mais recentes álbuns. Todos estamos ansiosos pelas antigas, por "Regret", "True Faith", "Perfect Kiss", "Ceremony". O saudosismo bate forte, mas não importa. New Order é A banda. Se não acima, está lado a lado com qualquer uma.
Não que seja a melhor. No pop, já há muitos "melhores": Beatles, Stones, Clash, Ramones, Nirvana, Smiths. New Order é outra história. Primeiro, o contexto histórico.
"Everything's Gone Green" e "Blue Monday" entregaram de bandeja os ingredientes para que produtores mais jovens preparassem o que viria a ser a eletrônica moderna.
Eles nunca lançaram um disco que fosse realmente bom do começo ao fim -todos contêm duas ou três músicas bem ruins. Mas quando eles acertam... New Order é banda pop no melhor sentido de pop; é eletrônica, rock, tem o espírito punk "nem aí". Dá para pular em "Temptation", ouvir protesto pacifista em "Love Vigilantes", dançar em "Round & Round", assobiar em "1963".
E eles têm "Subculture", música que consegue capturar o desespero adolescente, o sentimento de alienação, inconformismo, solidão. Não importa que o New Order não toque mais "Subculture" ao vivo. Não importa que a voz -e os cabelos- de Bernard Sumner esteja sumindo, que Peter Hook já não consiga segurar o baixo quase no tornozelo e correr de lá para cá. Não importa que o momento já não seja mais deles. New Order é questão pessoal.

 

Em São Paulo, os shows do New Order serão fechados pelo mineiro Anderson Noise, que está entre os cem DJs mais populares do mundo segundo a polêmica votação promovida pela revista britânica "DJ Mag".
 

Hoje acontece a abertura do Pacha, em São Paulo, clube multinacional com sedes em Ibiza, Londres, Nova York... Aqui, quem inaugura é o houseiro Erick Morillo. Depois, eles trazem Layo e Sander Kleinenberg.
 

A noite de São Paulo está bem movimentada há algum tempo. O D-Edge dá mais um gás com a francesa Jennifer Cardinni, que toca minimal e faz parte do selo alemão Kompakt.
 

O Skol Beats aumenta os tentáculos. Inicia, amanhã, das 23h à 0h, uma série de programas na FM Mix. O convidado deste sábado é Fatboy Slim. Mais: o festival empresta o nome para a coletânea "Leves e Turbinadas", CD com faixas de Benzina e Vive La Fête, entre outros.
 

O Garagem, programa que misturava música boa com convidados bacanas às segundas-feiras no UOL, deixou de ir ao ar. Devido a outros compromissos, seus apresentadores dizem que acabou. Mas, acho, eles só estão dando um tempo. Discutindo a relação, essas coisas...

thiago@folhasp.com.br

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