|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Seminário da Bienal discute o Acre
Fronteiras e reforma agrária são temas previstos para o sexto ciclo de palestras, realizado hoje e amanhã
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
A mais improvável das questões a serem abordadas por
uma bienal, o Acre, é tema do
seminário "Como Viver Junto",
o último dos seis programados
para acompanhar a mostra, em
cartaz até o dia 17 de dezembro.
Organizado pelo colombiano
José Roca, um dos quatro co-curadores da 27ª Bienal, o Acre
será situado em sua problemática histórica e seu papel contemporâneo em três temas. O
primeiro, segundo o curador,
será "o direito à terra, as fronteiras e o território em relação
com o discurso de poder". Nesta seção, que ocorre hoje à noite, participam a ministra Marina Silva, que irá tratar da propriedade como obstáculo à reforma agrária, e David Harvey,
professor de antropologia em
Nova York, com o tema "geografias da liberdade".
No sábado pela manhã, participam Francisco Foot-Hardman, da Unicamp, e Manuela
Carneiro da Cunha, da Universidade de Chicago. O primeiro
tratará das representações literárias da selva, de José Eustasio
Rivera e Euclydes da Cunha até
Álvaro Mutis e Milton Hatoum.
"Ele questionará a representação da Amazônia como território fora das margens da história", conta Roca. Já Cunha falará sobre as chances de convivência entre o conhecimento
tradicional e o científico, situando casos locais, como a
Universidade da Floresta.
Finalmente, o tema da sessão
de sábado à tarde gira em torno
da questão do território e dos
povos da selva, com o indigenista José Carlos Meirelles. O
último palestrante será o historiador e teórico da arte contemporânea Thierry de Duve, que
encerra o ciclo discutindo se a
arte pode dizer "como viver
juntos", o tema da Bienal.
Metáfora
Na concepção da mostra, o
Acre foi usado como metáfora
para abordar a questão das
fronteiras. Seria este tema visível na exposição? "Creio que na
mostra se fazem evidentes as
relações não somente entre os
artistas que realizaram residências no Acre, como Alberto
Baraya e Susan Turcot, mas
também com outros artistas
cujas preocupações têm a ver
com problemas de fronteira, o
trabalho com a natureza, a viagem como forma de conhecimento, a situação dos povos da
floresta", afirma Roca.
O seminário, que tem início
hoje, às 18h, ainda tem vagas
disponíveis, mas será também
transmitido ao vivo, pela internet, no site www.bienalsaopaulo.globo.com.
ACRE (SEMINÁRIO)
Quando: hoje, das 18h às 21h30; amanhã, das 10h às 18h
Onde: Fundação Bienal - auditório
(parque Ibirapuera, portão 3)
Inscrições: tel. 0/xx/11/5576-7600
r. 7678 ou seminarios27bsp@bienalsaopaulo.org.br
Quanto: R$ 52 (estudantes, R$ 27)
Texto Anterior: Crítica: Newman ensaia seu cinismo em filme de 62 Próximo Texto: Carlos Heitor Cony: Dois homens e duas moças Índice
|