São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Seminário da Bienal discute o Acre

Fronteiras e reforma agrária são temas previstos para o sexto ciclo de palestras, realizado hoje e amanhã

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A mais improvável das questões a serem abordadas por uma bienal, o Acre, é tema do seminário "Como Viver Junto", o último dos seis programados para acompanhar a mostra, em cartaz até o dia 17 de dezembro.
Organizado pelo colombiano José Roca, um dos quatro co-curadores da 27ª Bienal, o Acre será situado em sua problemática histórica e seu papel contemporâneo em três temas. O primeiro, segundo o curador, será "o direito à terra, as fronteiras e o território em relação com o discurso de poder". Nesta seção, que ocorre hoje à noite, participam a ministra Marina Silva, que irá tratar da propriedade como obstáculo à reforma agrária, e David Harvey, professor de antropologia em Nova York, com o tema "geografias da liberdade".
No sábado pela manhã, participam Francisco Foot-Hardman, da Unicamp, e Manuela Carneiro da Cunha, da Universidade de Chicago. O primeiro tratará das representações literárias da selva, de José Eustasio Rivera e Euclydes da Cunha até Álvaro Mutis e Milton Hatoum.
"Ele questionará a representação da Amazônia como território fora das margens da história", conta Roca. Já Cunha falará sobre as chances de convivência entre o conhecimento tradicional e o científico, situando casos locais, como a Universidade da Floresta.
Finalmente, o tema da sessão de sábado à tarde gira em torno da questão do território e dos povos da selva, com o indigenista José Carlos Meirelles. O último palestrante será o historiador e teórico da arte contemporânea Thierry de Duve, que encerra o ciclo discutindo se a arte pode dizer "como viver juntos", o tema da Bienal.

Metáfora
Na concepção da mostra, o Acre foi usado como metáfora para abordar a questão das fronteiras. Seria este tema visível na exposição? "Creio que na mostra se fazem evidentes as relações não somente entre os artistas que realizaram residências no Acre, como Alberto Baraya e Susan Turcot, mas também com outros artistas cujas preocupações têm a ver com problemas de fronteira, o trabalho com a natureza, a viagem como forma de conhecimento, a situação dos povos da floresta", afirma Roca.
O seminário, que tem início hoje, às 18h, ainda tem vagas disponíveis, mas será também transmitido ao vivo, pela internet, no site www.bienalsaopaulo.globo.com.


ACRE (SEMINÁRIO)
Quando:
hoje, das 18h às 21h30; amanhã, das 10h às 18h
Onde: Fundação Bienal - auditório (parque Ibirapuera, portão 3) Inscrições: tel. 0/xx/11/5576-7600 r. 7678 ou seminarios27bsp@bienalsaopaulo.org.br
Quanto: R$ 52 (estudantes, R$ 27)


Texto Anterior: Crítica: Newman ensaia seu cinismo em filme de 62
Próximo Texto: Carlos Heitor Cony: Dois homens e duas moças
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.