São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

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Crítica

"Cassino" impõe um 007 sem elegância

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Em algum momento da história, havia cinéfilos incapazes de se conformar com o fato de Sean Connery não ser mais James Bond. Como se não houvesse verdadeiro 007, ou, pior, como se toda a verdade do personagem viesse de Connery.
Eram outros tempos, tanto que seu sucessor desde os anos 70, Roger Moore, só deixou o papel carregado, após 15 anos de honestos serviços. Desde então, cada 007 parece ter os dias contados. Na medida em que se torna mais difícil introduzir novidades verdadeiras na série, até mesmo um "novo Bond" se torna apelo publicitário a ser explorado.
"Cassino Royale" (Telecine Premium, 22h) lança Daniel Craig como novo Bond. Existem alguns inconvenientes, ou pelo menos um estranhamento forte, já que esta deveria ser a aventura inaugural da série. Na primeira seqüência do filme, 007 ainda não é 007. Ou seja, James Bond é elevado a 007 depois de uns 30 filmes.
Isto se supera, no entanto. "Cassino..." procura impor talvez o mais físico de todos os Bond. Ele corre desesperadamente, ao longo de quase todo o filme. Não possui a elegância de Connery, nem mesmo a de Moore. Ao contrário de outros agentes, não paira sobre os acontecimentos, embora seja forçado a se mostrar tão inteligente quanto eles. Talvez tanto barulho em torno do novo 007 leve o espectador a esquecer momentaneamente a "Bond girl" deste filme, Eva Green. Bem, depois de vê-la, lembrará.


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