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Crítica/show/R.E.M.
Animação por Obama embala noite histórica
JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Porto Alegre, 6 de novembro de 2008,
22h10: uma quinta-feira histórica para o Esporte Clube São José e também para o
grupo americano R.E.M.
Enquanto o estádio do time
fundado em 1913 recebia seu
primeiro show internacional,
os protagonistas do espetáculo
iniciavam sua primeira performance com Barack Obama
eleito presidente dos EUA.
E ele talvez tenha sido o
grande nome da apresentação
que abriu a turnê brasileira do
R.E.M. Antes da terceira música, a platéia gaúcha já gritava
"Obama! Obama!". Vocalista
da banda e entusiasta do eleito,
Michael Stipe recebeu de um fã
uma faixa com a frase (em inglês): "Povo norte-americano:
parabéns por escolher Obama", e fez questão de exibi-la.
Após a execução do sucesso
"What's the Frequency, Kenneth?", o cantor voltou ao tema. "Temos um novo presidente, não poderíamos estar
mais felizes." No bis, outra faixa
em inglês chegou ao palco. Dizia: "Somos Obama também".
Stipe não só a mostrou como
aproveitou a deixa para cantar
uma música, segundo ele, sobre
o sonho americano: a velhinha
"Cuyahoga", lançada em 1986 e
raramente executada ao vivo.
O grupo tocou 25 canções em
quase duas horas. O estádio
abrigou cerca de 14 mil espectadores, número maior do que
pode receber o Via Funchal em
duas noites. E o público paulistano inexplicavelmente ainda
não esgotou os ingressos para
os shows do R.E.M. na casa.
Vestido elegantemente, com
direito a gravata -que seria arrancada no meio da apresentação-, Stipe não economizou
nos gestos nem na interação
com os fãs. Dançou, cantou
ajoelhado, mostrou o peito na
parte de "I Took Your Name"
que cita Iggy Pop, acenou e desceu ao fosso para cumprimentar os mais afoitos.
Não precisava provar mais
uma vez que é um dos rockstars
mais carismáticos de todos os
tempos. Mas provou.
O baixista e tecladista Mike
Mills e o guitarrista Peter Buck
também estavam elétricos. Em
alguns momentos, a banda parecia ainda mais afiada do que
no terceiro Rock in Rio (2001).
Conta a favor do R.E.M. o fato de "Accelerate", o disco que
motiva a turnê, possuir um pique ótimo e já ter consagrado
duas canções, "Hollow Man" e
"Supernatural Superserious".
Mais bem-recebidas do que
essas, apenas os megahits "The
One I Love", "It's the End of the
World as We Know It (and I
Feel Fine)", "Everybody
Hurts", "Losing my Religion",
"Man on The Moon" e a mais
recente "Imitation of Life".
Para os fãs que conhecem a
discografia de cabo a rabo, a
banda mandou "Disturbance at
the Heron House", da fase independente, e "Find the River",
linda e esquecida balada do álbum "Automatic for the People". O set list ainda previa as
antigonas "Driver 8", "(Don't
Go Back to) Rockville" e "Exhuming McCarthy", mas o grupo
optou por não tocá-las.
Avaliação: ótimo
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