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TELEVISÃO
Crítica
Kieslowski usa natação como terapia em trilogia
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O canal Futura começa hoje a
repassar a célebre trilogia de
Kieslowski dedicada às cores
da bandeira francesa.
"A Liberdade É Azul"
(0h30; 12 anos), primeiro filme
da série, é também o mais discutido, no sentido em que "A
Igualdade É Branca" (quarta
para quinta, à 0h30; 12 anos)
tem certa unanimidade como o
menos interessante dos três
longas-metragens, e "A Fraternidade É Vermelha"
(quinta para sexta, 1h30; 12
anos), como o melhor.
Há certo ambiente de sufocação em "Azul", em que Juliette Binoche é a mulher que
perde marido e filho num acidente. O marido escrevia uma
sinfonia dedicada à união da
Europa. Binoche entrega-se à
natação. Uma espécie de terapia que, ao menos a nós, parece
bem perigosa: nunca sabemos,
após cada mergulho, se ela voltará com vida à tona.
Na superfície, o que se passa
é, basicamente, o término da
tal sinfonia. E nisso Kieslowski
parece bem menos interessante do que em seus dias de Polônia e bem mais próximo do cinema de prestígio, a chamada
"grande arte".
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