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"I Feel Love" apresenta Donna Summer futurista
Lançada em 1977, canção virou um hino da disco; faixa estará em shows em SP
Em entrevista, a cantora americana conta como aconteceu a parceria com Giorgio Moroder e fala sobre "Crayons", disco de 2008
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Era para ter sido uma música
obscura. Aquelas canções pouco ouvidas em sua época e que,
anos mais tarde, são redescobertas em compilações. Mas,
meio sem querer, "I Feel Love"
tornou-se um hino pop e fez
Donna Summer ser reconhecida como diva da disco music.
Em 1977, "I Feel Love" foi
lançada originalmente apenas
como lado B do single que tinha
a balada "Can't We Just Sit
Down (And Talk It Over)" como lado A. Ambas estavam no
álbum "I Remember Yesterday", o quinto de Summer.
Nesse disco, a cantora fazia
uma homenagem à música do
passado -e "I Feel Love" representava o futuro.
"Lançamos o single esperando que "Can't We Just Sit
Down" fosse ser um sucesso.
Mas os DJs começaram a tocar
bastante "I Feel Love'", lembra
Summer, 61, à Folha. A canção
certamente estará no show que
ela realiza hoje e quinta no
Credicard Hall, em São Paulo.
O single foi relançado nos
EUA com "I Feel Love" como o
lado A. E foi um hit.
Com poucas linhas vocais e
um clima futurista alcançado
graças à produção de Giorgio
Moroder (que usou apenas sintetizadores como instrumentos, dispensando o uso de bandas de apoio, como era comum à época), "I Feel Love" ganhou aura icônica dentro da disco
music, influenciou a new wave
dos 1980 e foi ponto de partida
para a house, o tecno e praticamente tudo o que foi feito depois na música eletrônica.
"Quando começamos a compor essa música, estávamos escrevendo várias canções ao
mesmo tempo. Estava ficando
complicado, então eu disse a
Giorgio: "Vamos deixá-la simples, com menos letra'", conta.
"Deixamos praticamente
uma linha vocal. Ficou simples,
direto, limpo. O vocal te carrega para cima e para baixo."
É um clima que Summer conhece, pois frequentava clubes
nos anos 1970. "Saía para dançar todas as noites e ficava até
amanhecer. Quando comecei a
fazer muito sucesso, não dava
mais, não conseguia me divertir por causa do assédio."
"I Feel Love" traz Summer e
Moroder no auge. A dupla deve
voltar a trabalhar junta: "Quero fazer um novo disco com ele,
talvez no ano que vem".
Nos shows no Brasil (ontem
ela se apresentaria no Rio),
Summer mostrará muitos hits
e algumas faixas de "Crayons",
seu 17º disco, que chegou às lojas no ano passado. Será acompanhada por uma banda de oito
músicos, além de três cantoras
de apoio e três dançarinos.
"O artista tem de estar livre,
se não vai se sentir pressionado
e não conseguirá desenhar todas as cores", filosofa, a respeito de "Crayons". "Minha mente
e meu coração estavam livres
quando fiz esse disco."
Essas "diferentes cores" foram pintadas com a ajuda de
vários produtores. "Não lançava disco há muito tempo, por
isso queria gente que estivesse
fazendo coisas legais hoje." Entre os produtores, está Greg
Kurstin, de Lily Allen.
DONNA SUMMER
Quando: hoje e quinta, às 21h30
Onde: Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955; SP; tel. 0/xx/
11/2846-6010)
Quanto: de R$ 100 a R$ 700
Classificação: 16 anos (14 e 15 anos:
acompanhados de pais ou responsável)
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