São Paulo, terça-feira, 10 de novembro de 2009

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"I Feel Love" apresenta Donna Summer futurista

Lançada em 1977, canção virou um hino da disco; faixa estará em shows em SP

Em entrevista, a cantora americana conta como aconteceu a parceria com Giorgio Moroder e fala sobre "Crayons", disco de 2008

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Era para ter sido uma música obscura. Aquelas canções pouco ouvidas em sua época e que, anos mais tarde, são redescobertas em compilações. Mas, meio sem querer, "I Feel Love" tornou-se um hino pop e fez Donna Summer ser reconhecida como diva da disco music.
Em 1977, "I Feel Love" foi lançada originalmente apenas como lado B do single que tinha a balada "Can't We Just Sit Down (And Talk It Over)" como lado A. Ambas estavam no álbum "I Remember Yesterday", o quinto de Summer.
Nesse disco, a cantora fazia uma homenagem à música do passado -e "I Feel Love" representava o futuro. "Lançamos o single esperando que "Can't We Just Sit Down" fosse ser um sucesso.
Mas os DJs começaram a tocar bastante "I Feel Love'", lembra Summer, 61, à Folha. A canção certamente estará no show que ela realiza hoje e quinta no Credicard Hall, em São Paulo.
O single foi relançado nos EUA com "I Feel Love" como o lado A. E foi um hit.
Com poucas linhas vocais e um clima futurista alcançado graças à produção de Giorgio Moroder (que usou apenas sintetizadores como instrumentos, dispensando o uso de bandas de apoio, como era comum à época), "I Feel Love" ganhou aura icônica dentro da disco music, influenciou a new wave dos 1980 e foi ponto de partida para a house, o tecno e praticamente tudo o que foi feito depois na música eletrônica.
"Quando começamos a compor essa música, estávamos escrevendo várias canções ao mesmo tempo. Estava ficando complicado, então eu disse a Giorgio: "Vamos deixá-la simples, com menos letra'", conta.
"Deixamos praticamente uma linha vocal. Ficou simples, direto, limpo. O vocal te carrega para cima e para baixo."
É um clima que Summer conhece, pois frequentava clubes nos anos 1970. "Saía para dançar todas as noites e ficava até amanhecer. Quando comecei a fazer muito sucesso, não dava mais, não conseguia me divertir por causa do assédio."
"I Feel Love" traz Summer e Moroder no auge. A dupla deve voltar a trabalhar junta: "Quero fazer um novo disco com ele, talvez no ano que vem".
Nos shows no Brasil (ontem ela se apresentaria no Rio), Summer mostrará muitos hits e algumas faixas de "Crayons", seu 17º disco, que chegou às lojas no ano passado. Será acompanhada por uma banda de oito músicos, além de três cantoras de apoio e três dançarinos.
"O artista tem de estar livre, se não vai se sentir pressionado e não conseguirá desenhar todas as cores", filosofa, a respeito de "Crayons". "Minha mente e meu coração estavam livres quando fiz esse disco."
Essas "diferentes cores" foram pintadas com a ajuda de vários produtores. "Não lançava disco há muito tempo, por isso queria gente que estivesse fazendo coisas legais hoje." Entre os produtores, está Greg Kurstin, de Lily Allen.


DONNA SUMMER

Quando: hoje e quinta, às 21h30
Onde: Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955; SP; tel. 0/xx/ 11/2846-6010)
Quanto: de R$ 100 a R$ 700
Classificação: 16 anos (14 e 15 anos: acompanhados de pais ou responsável)




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