São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2010

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Cérebro Eletrônico traduz cena atual em novo disco

Grupo mescla influências de clássicos brasileiros e bandas indie em "Deus e o Diabo no Liquidificador"

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA

Do lado de cá, Glauber Rocha, Caetano Veloso, Roberto Carlos, Mutantes e Sérgio Sampaio; de lá, os grupos MGMT, Of Montreal, Grizzly Bear, Cidadão Instigado, Supercordas e Vanguart.
Essa miscelânea de referências clássicas brasileiras, com bandas indie tanto daqui quanto de fora, sintetiza "Deus e o Diabo no Liquidificador", terceiro disco do Cérebro Eletrônico.
O nome do álbum diz tudo.
Cinema novo, bem e mal, retrô e moderno, eletrônico e orgânico são componentes que resumem a trajetória da trupe que, desde que estreou em CD, em 2003, passou por quase todos os palcos e festivais nacionais -de Tim Festival ao Bananada, se preparando agora para o Planeta Terra, no próximo dia 20.
Consequência é que no lançamento de "Deus e o Diabo", há duas semanas, o público de 20 e poucos anos que foi ao clube Studio SP acompanhou o vocalista Tatá Aeroplano inclusive nas músicas novas. "Algumas faixas já fazíamos ao vivo. Como vivemos num processo ininterrupto de shows, quando gravamos, elas já estavam prontas", diz Tatá. Ele e o guitarrista Fernando Maranho dividem a autoria de quase todas as canções do disco. "Trabalhamos como Erasmo e Roberto Carlos ou outros parceiros clássicos", compara Tatá.
O capixaba Sergio Sampaio (1947-1994), influência que pairou no álbum anterior, "Pareço Moderno" (2008), continua a assombrá-los. "Foi ele quem me mostrou como escrever com a percepção à flor da pele."
Isso se traduz em letras contemporâneas e irônicas, que tratam, por exemplo, da nova geração de frequentadores do Baixo Augusta, em "Garota Estereótipo".
A música, um folk com participação de Hélio Flanders (Vanguart), é destaque ao lado da abertura, "Decência", rock cru sobre um cara que "enfia o pé na jaca". A sonoridade flerta ainda com frevo ("Desestabelecerei"), vanguarda paulista ("Desquite", com Tulipa Ruiz), electrofunk ("220V", de Peri Pane) e balada ("Cama").
Reunidas em sequência, induzir o ouvinte a querer escutar "tudo de novo". "Os discos dos Mutantes tinham uma música que era pedrada, seguida por uma romântica ou um mambo. Parece que não tem nexo, mas são muito bem pensados. A gente também prima por isso", conclui Tatá.


DEUS E O DIABO NO LIQUIDIFICADOR
ARTISTA Cérebro Eletrônico
LANÇAMENTO Phonobase
QUANTO R$ 20, em média




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