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Cérebro Eletrônico traduz cena atual em novo disco
Grupo mescla influências de clássicos brasileiros e bandas indie em "Deus e o Diabo no Liquidificador"
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA
Do lado de cá, Glauber Rocha, Caetano Veloso, Roberto Carlos, Mutantes e Sérgio
Sampaio; de lá, os grupos
MGMT, Of Montreal, Grizzly
Bear, Cidadão Instigado, Supercordas e Vanguart.
Essa miscelânea de referências clássicas brasileiras,
com bandas indie tanto daqui quanto de fora, sintetiza
"Deus e o Diabo no Liquidificador", terceiro disco do Cérebro Eletrônico.
O nome do álbum diz tudo.
Cinema novo, bem e mal, retrô e moderno, eletrônico e
orgânico são componentes
que resumem a trajetória da
trupe que, desde que estreou
em CD, em 2003, passou por
quase todos os palcos e festivais nacionais -de Tim Festival ao Bananada, se preparando agora para o Planeta Terra, no próximo dia 20.
Consequência é que no
lançamento de "Deus e o Diabo", há duas semanas, o público de 20 e poucos anos que
foi ao clube Studio SP acompanhou o vocalista Tatá Aeroplano inclusive nas músicas novas.
"Algumas faixas já fazíamos ao vivo. Como vivemos
num processo ininterrupto
de shows, quando gravamos,
elas já estavam prontas", diz
Tatá. Ele e o guitarrista Fernando Maranho dividem a
autoria de quase todas as
canções do disco. "Trabalhamos como Erasmo e Roberto
Carlos ou outros parceiros clássicos", compara Tatá.
O capixaba Sergio Sampaio (1947-1994), influência
que pairou no álbum anterior, "Pareço Moderno"
(2008), continua a assombrá-los. "Foi ele quem me mostrou como escrever com a
percepção à flor da pele."
Isso se traduz em letras
contemporâneas e irônicas,
que tratam, por exemplo, da
nova geração de frequentadores do Baixo Augusta, em "Garota Estereótipo".
A música, um folk com
participação de Hélio Flanders (Vanguart), é destaque
ao lado da abertura, "Decência", rock cru sobre um cara
que "enfia o pé na jaca". A sonoridade flerta ainda com
frevo ("Desestabelecerei"),
vanguarda paulista ("Desquite", com Tulipa Ruiz),
electrofunk ("220V", de Peri Pane) e balada ("Cama").
Reunidas em sequência,
induzir o ouvinte a querer escutar "tudo de novo". "Os
discos dos Mutantes tinham
uma música que era pedrada, seguida por uma romântica ou um mambo. Parece
que não tem nexo, mas são
muito bem pensados. A gente também prima por isso", conclui Tatá.
DEUS E O DIABO NO LIQUIDIFICADOR
ARTISTA Cérebro Eletrônico
LANÇAMENTO Phonobase
QUANTO R$ 20, em média
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