São Paulo, Sexta-feira, 10 de Dezembro de 1999


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CINEMA - ESTRÉIAS
"Stigmata" é um fenômeno real, diz atriz

Divulgação
Patricia Arquette é vista como suicida/epiléptica no hospital, após o aparecimento dos estigmas


CLAUDIO CASTILHO
especial para a Folha em Los Angeles

Patricia Arquette não é uma superstar de Hollywood e tem poucas chances de, um dia, chegar a uma posição semelhante a de belíssimas divas do cinema norte-americano, como Julia Roberts e Demi Moore.
"Não tenho aspiração de me tornar uma superstar. Meu único desejo, aos 31 anos, é continuar a trabalhar com gosto e levar uma vida normal", disse à Folha a atriz de "Stigmata", thriller religioso que estréia hoje no Brasil.
Por mais que tente um flerte com anonimato, ela vive uma vida de estrela. Vem construindo uma sólida carreira em produções independentes como "Amor à Queima-Roupa", de Tony Scott, e "A Estrada Perdida", de David Lynch, e, como se não bastasse, é casada com Nicolas Cage, um dos mais famosos e bem-sucedidos atores de Hollywood.
O casal contracena pela primeira vez no excelente filme de Martin Scorsese, "Vivendo no Limite", com estréia prevista para 28 de janeiro no Brasil.
"Stigmata" marca, também, a estréia de Patricia -filha de Lewis Arquette e irmã de David, Rosanna e Alexis Arquette, todos atores- como protagonista.
No filme, ela não vive momentos de glamour. Pelo contrário: encarna o papel de Frankie Page, uma jovem que experimenta o fenômeno que dá nome ao filme (o surgimento em seu corpo das chagas de Cristo).
Na entrevista a seguir, Patricia Arquette fala sobre religião, a expectativa quanto à reação da igreja a "Stigmata" e sobre os assombrosos fenômenos vividos por ela durante as filmagens.

Folha - Você é religiosa?
Patricia Arquette -
Muito. Amo a Deus e converso sempre com ele. É a relação que mais valorizo na vida. Frequentei escola católica e o fato de ser tido mãe judia e pai muçulmano contribuiu para que eu aprendesse um pouco de cada religião.

Folha - Você não vê, em "Stigmata" uma exploração da imagem de Deus?
Arquette -
Por isso não queria, a princípio, fazer o filme. Mas pesquisei muito e descobri que "stigmata" é um fenômeno cientificamente comprovado. Tive a oportunidade de conversar com pessoas que foram possuídas pelo demônio ou presenciaram sessões de exorcismo.

Folha - Você concorda que o filme pode ofender religiosos?
Arquette -
Acho que o filme vai ofender algumas pessoas sim, mas sem razão ou intenção. Há personagens católicos bons e ruins. No filme, os padres bons não abandonam a igreja. Somente um, o que age de maneira incorreta, se afasta do grupo.

Folha - Você gosta de filmes de terror?
Arquette -
Sempre gostei. O que mais me marcou foi "O Exorcista". Quando assisti pela primeira vez fiquei impressionada, tive pesadelos terríveis, mas o tema me fascinou. E o filme inspirou muitos outros cineastas.

Folha - O que mais a deixava com medo quando criança?
Arquette -
Fantasmas. Até hoje eu os temo e respeito. Durante as filmagens de "Stigmata", coisas estranhas aconteceram. Uma vez estávamos reunidos no set e um lustre pesadíssimo de madeira despencou do teto, bem no meio de nosso grupo. Por pouco não pegou um de nós. Outro dia eu estava tomando banho em minha casa e percebi que o frasco de xampu começou a se mover sozinho, e não estava acontecendo um terremoto. Foi quando eu pedi proteção a Deus.


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