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ANÁLISE
Segredo
é comer
bem
Colunista da Folha
Desde que o primeiro homem
pré-histórico topou dar um naco
de sua caça -um búfalo, por
exemplo- a uma fêmea, arrancando-lhe, em troca, alguns favores sexuais, devem ter nascido os
curiosos que não cansam de "descobrir" e "classificar" alimentos
afrodisíacos.
É fácil encontrar nas crendices
populares (e na literatura) centenas de referências a ingredientes e
pratos afrodisíacos. Nenhum deles o é, ao menos não com o efeito
instantâneo que se promete (é lógico que uma alimentação sadia
sempre será benéfica).
É mais fácil e correto pensar nos
antiafrodisíacos: os pratos pesados, as refeições pantagruélicas e
o excesso de álcool atrapalham o
desempenho de qualquer outro
prazer, que não o da preguiça. O
que seria então estimulante?
Pratos mais leves, obviamente,
cuja digestão não entorpeça os
amantes; e o álcool necessário para abrir o espírito, elevar o humor
e agitar a circulação.
A única certeza, finalmente, é
que uma refeição inteligente pode
ser extremamente estimulante
para o amor -sendo o clima
mais decisivo que os pratos. O
parceiro certo, no lugar certo,
com as palavras certas, pode potencializar o prazer da mesa e
prolongá-lo cama afora -mesmo que o acepipe servido tenha
sido uma lauta feijoada.
(JM)
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