São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 2005

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TELEVISÃO

Canais públicos TV Cultura e TVE testam atrações infanto-juvenis para 2006, como "O Menino Maluquinho"

Dia da Criança na TV tem nove horas de programação

MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Amanhã é Dia da Criança, ao menos na televisão. Criado há 12 anos pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o Dia Internacional da Criança na TV promove, todo dia 11 de dezembro, uma série de atividades em mais de 2.000 emissoras de rádio e TV do mundo, que dedicam suas programações à infância e à adolescência. É a oportunidade que duas emissoras públicas brasileiras, a TVE Brasil e a TV Cultura, têm para apresentar suas novas atrações para 2006, em mais de nove horas de programação infanto-juvenil.
Uma delas é a série "A Árvore Mágica", do polonês Andrzej Maleszka, ficção dedicada a crianças de seis a 12 anos com episódios de 30 minutos cada um. O primeiro, "O Trenó", será exibido às 13h e às 20h, na TVE. Na produção, o cineasta exerce sua visão sobre a programação infantil, numa superprodução rica em detalhes e efeitos especiais, que mistura realidade e magia em aventuras que falam de divórcio -tema em discussão na Polônia-, amizade, diferenças, escolhas e influência da mídia na vida das crianças.
Maleszka, 50, ainda não tem filhos, mas ainda acha possível ser pai. Ele está no Rio para realizar uma oficina de programação infantil para profissionais de TV, que acontece hoje. Traz, na bagagem, uma indicação ao Emmy e importantes premiações como a do Festival Internacional de Filmes Infantis de Chicago e do alemão Prix Jeunesse, entre outros obtidos em Montevidéu (Uruguai), Canadá e Cairo (Egito). Atualmente com seis episódios -outros sete já estão em produção-, a série já foi vendida para 18 países e vai virar filme em 2006.
A fórmula para fazer um programa infantil? Nada de apresentadoras loiras, animais que falam ou desenhos animados. Para Maleszka, as crianças querem ver outras crianças na TV, como se estivessem se olhando no espelho.
"Crianças são espontâneas, têm uma energia incrível, e o mais importante para elas é brincar", diz. Ele desaprova que os pais deixem os filhos assistirem às novelas, inclusive as brasileiras, que passam na Polônia, pelo conteúdo adulto e, às vezes, erótico. "São temas que não interessam à criança, pois são adultos, mas causam curiosidade porque se aproximam da vida que eles vêem em casa."
Crítico de Harry Potter (acha o livro "feminino", pela riqueza de detalhes; e o filme, "uma maneira de ganhar dinheiro"), Maleszka afirma que baniria da programação os animes japoneses ("uma explosão de cores e violência que não ficam na memória das crianças") e prega que os pais devem controlar o que as crianças vêem, tanto na TV quanto na internet, evitando que a programação seja somente de desenhos ("um perigo, pois não há realidade, tampouco diversidade humana neles"), mas inclua também noticiários, exceto as cenas de violência.
A TVE também apresenta amanhã um "aperitivo" da série "O Menino Maluquinho", que ainda não tem data para estréia, com um videoclipe do cantor Arnaldo Antunes, tema da atração, que deve entrar na grade da emissora só no ano que vem.
Já a TV Cultura aproveita o domingo para incluir um novo personagem na "Turma do Cocoricó", o Pato Torquato, em sua produção de maior sucesso na retomada da produção de programas infantis desde 2002. Segundo Mauro Garcia, diretor de programação da emissora, chegarão à TV sete novos programas para o público infantil no ano que vem. "A TV Cultura entende que deve investir na programação para crianças", diz.


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