São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 1997.

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ARTES CÊNICAS
Mineiro ganha cargo de diretor artístico do Glória
Gabriel Villela vai administrar teatro carioca por quatro anos

da Reportagem Local

O diretor de teatro Gabriel Villela assumiu ontem a administração do teatro Glória, no Rio de Janeiro. Ele foi convidado pela secretária municipal da Cultura do Rio, Helena Severo, para ser o diretor artístico do teatro pelos próximos quatro anos.
Villela receberá verba anual de R$ 180 mil, que será destinada para uma ou duas produções do teatro. Além dessa verba, ele terá recursos para oficinas e workshops que poderá desenvolver, além de dinheiro para a manutenção do teatro.
"Temos uma verba total de R$ 5 milhões por ano para os dez teatros da prefeitura do Rio que integram esse projeto", afirmou a secretária da Cultura Helena Severo.
Todos os dez teatros são administrados por diretores conceituados, que recebem salário no valor de R$ 2.500.
Gabriel Villela terá liberdade para definir a equipe e a linha de trabalho que vai adotar no teatro Glória. "Quero deixar claro que o teatro não vai virar a `Casa Gabriel Villela'. Pretendo abrir espaço para peças que tenham o perfil do teatro que eu faço", afirmou o diretor.
A linha de trabalho de Villela integra elementos do teatro popular e do erudito. "Mas quero também aprofundar mais o espírito da casa, que é levar ao público espetáculos mais experimentais, com montagens mais ousadas", disse.
Villela afirma que este é um momento especial: "Estou ganhando um teto, um teatro, que é o sonho de todo diretor". Ao mesmo tempo, ele afirma estar confuso: "Vou ter que me mudar de São Paulo, que era a minha base, apesar de eu ser um `diretor itinerante'. Sou grato a São Paulo, cidade da escola de teatro que me formou, mas esta era uma proposta irrecusável. Eu respiro teatro. Este foi um grande presente".
Neste momento, ele está reestreando o espetáculo "Ventania", de Alcides Nogueira, no teatro Villa Lobos, no Rio, que faz uma reflexão sobre os anos 70, segundo ele. Na sequência, ele pretende montar "Merlin" e "A Tempestade", este, com o grupo mineiro Galpão.
Além de tudo isso, ele vai definir a programação do teatro Glória e, possivelmente, formar um centro de pesquisa para seu trabalho.
"Vou poder estudar, aprofundar mais e entregar espetáculos com mais tempo. O que não falta é projeto e gente com vontade de fazer peças. Será possível reunir e investir em um grupo de atores que se interessa em trabalhar comigo", disse. "Mas ainda é cedo para definir uma política que venha a adotar." (DANIELA ROCHA)

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