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ARTES CÊNICAS
Mineiro ganha cargo de diretor artístico do Glória
Gabriel Villela vai administrar teatro carioca por quatro anos
da Reportagem Local
O diretor de teatro Gabriel Villela assumiu ontem a administração
do teatro Glória, no Rio de Janeiro.
Ele foi convidado pela secretária
municipal da Cultura do Rio, Helena Severo, para ser o diretor artístico do teatro pelos próximos
quatro anos.
Villela receberá verba anual de
R$ 180 mil, que será destinada para
uma ou duas produções do teatro.
Além dessa verba, ele terá recursos
para oficinas e workshops que poderá desenvolver, além de dinheiro para a manutenção do teatro.
"Temos uma verba total de R$ 5
milhões por ano para os dez teatros da prefeitura do Rio que integram esse projeto", afirmou a secretária da Cultura Helena Severo.
Todos os dez teatros são administrados por diretores conceituados, que recebem salário no valor
de R$ 2.500.
Gabriel Villela terá liberdade para definir a equipe e a linha de trabalho que vai adotar no teatro Glória. "Quero deixar claro que o teatro não vai virar a `Casa Gabriel
Villela'. Pretendo abrir espaço para peças que tenham o perfil do
teatro que eu faço", afirmou o diretor.
A linha de trabalho de Villela integra elementos do teatro popular
e do erudito. "Mas quero também
aprofundar mais o espírito da casa, que é levar ao público espetáculos mais experimentais, com montagens mais ousadas", disse.
Villela afirma que este é um momento especial: "Estou ganhando
um teto, um teatro, que é o sonho
de todo diretor". Ao mesmo tempo, ele afirma estar confuso: "Vou
ter que me mudar de São Paulo,
que era a minha base, apesar de eu
ser um `diretor itinerante'. Sou
grato a São Paulo, cidade da escola
de teatro que me formou, mas esta
era uma proposta irrecusável. Eu
respiro teatro. Este foi um grande
presente".
Neste momento, ele está reestreando o espetáculo "Ventania",
de Alcides Nogueira, no teatro Villa Lobos, no Rio, que faz uma reflexão sobre os anos 70, segundo
ele. Na sequência, ele pretende
montar "Merlin" e "A Tempestade", este, com o grupo mineiro
Galpão.
Além de tudo isso, ele vai definir
a programação do teatro Glória e,
possivelmente, formar um centro
de pesquisa para seu trabalho.
"Vou poder estudar, aprofundar mais e entregar espetáculos
com mais tempo. O que não falta é
projeto e gente com vontade de fazer peças. Será possível reunir e investir em um grupo de atores que
se interessa em trabalhar comigo", disse. "Mas ainda é cedo para definir uma política que venha a
adotar."
(DANIELA ROCHA)
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