São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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TELEVISÃO

"REALITY SHOW"

Programa da Globo volta em quarta edição no espaço de dois anos como campeão de audiência no gênero

"BBB4" confina participantes na terça

CLÁUDIA CROITOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DO RIO

"O Jogo" foi um fracasso. "Fama" teve duas edições, mas não conseguiu ser um grande sucesso de audiência em nenhuma delas. "O Barco do Amor" e "Acorrentados" tiveram pouca repercussão. Até "No Limite", sucesso de audiência, chegou um pouco capenga à sua terceira edição.
Sendo assim, a Globo resolveu apostar mais uma vez em seu "reality show" de maior sucesso até agora. Nesta terça, entra no ar mais uma edição de "Big Brother Brasil", com 14 pessoas confinadas em uma casa, filmadas 24 horas por dia e eliminadas semanalmente, até se conhecer o ganhador do prêmio de R$ 500 mil, em 6 de abril.
É a quarta edição em dois anos e, apesar da fórmula sempre igual e dos elencos parecidíssimos, a insistência da Globo faz sentido. O programa conseguiu se manter com médias em torno de 40 pontos de audiência em suas três edições (cada ponto equivale a 47 mil domicílios na Grande São Paulo).
Apesar de ter caído um pouco o interesse do público em comparação com a primeira versão do programa, que alcançou 57 pontos no último dia, a final do terceiro "BBB", em abril de 2003, alcançou 50 pontos de média, com picos de 55. É a audiência de um bom capítulo de novela das oito.
Criado em 1999 pela empresa holandesa Endemol, à qual a Globo se associou, o "Big Brother" foi um fenômeno de audiência na Holanda, primeiro país a exibi-lo. Estima-se que a emissora carioca pagou algo em torno de R$ 12 milhões pelos direitos do programa e que tenha gasto mais ou menos a mesma quantia na construção da casa e na compra dos equipamentos para produzir o "reality show" no Brasil.
"Big Brother" já foi vendido a 21 países e continua em expansão pelo mundo. O Oriente Médio ganhará em breve uma versão, na qual, por causa dos costumes locais, homens e mulheres passarão o dia juntos, mas dormirão em casas separadas.
A Espanha é o país onde o programa provavelmente fez mais sucesso, tendo mais audiência que a Copa do Mundo. Na Inglaterra, enquete realizada pelo site do programa sobre a popularidade dos participantes recebeu mais votos do que as eleições parlamentares. Na África, o "BB" contou com participantes de 12 países diferentes, sendo sucesso em todo o continente.

Celebridade
Para dar um ar de novidade ao quarto "Big Brother Brasil" e aumentar o faturamento em torno do programa, dois participantes serão escolhidos por sorteio na própria terça, na estréia da atração. Eles preencheram o cupom da revista "Quero Ser um Big Brother", lançada especialmente para a promoção e que já vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares a R$ 2 cada um.
Os escolhidos entrarão na casa na quinta e não poderão ser indicados pelos colegas à eliminação na primeira semana. Entre os participantes que já entram na casa do "BBB" na terça, estão uma modelo argentina, capa da "Playboy" de novembro, um jardineiro de cemitério e uma enfermeira.
Mesmo para os que não conseguirão o prêmio de R$ 500 mil ou um contrato com uma rede de TV (a exemplo do que aconteceu com Kleber Bambam, Sabrina e Adriano), ser um participante do "BBB" já é sinônimo de lucro.
Você pode nem lembrar, por exemplo, o nome do loirinho fortão que se apaixonou pela ex-miss Brasil no "BBB3" e abandonou o programa depois de só duas semanas, alegando coração partido. Mas o sul-mato-grossense Dilsinho continua vivendo da fama que adquiriu com sua breve participação no "reality show" da Rede Globo.
"Até hoje me rende muito trabalho. Faço presença vip em eventos pelo Brasil todo, consegui lançar o CD da minha dupla, Vitor & Dilsinho, e vou lançar um projeto junto com o "BBB4" que vai abalar o Brasil. Mas ainda é segredo", disse à Folha.
A aeromoça Cida, que participou da segunda edição, é outro exemplo de sobrevida no mundo das celebridades rápidas.
Enquanto não está voando como comissária de bordo da Varig, participa da inauguração de pousadas em Natal, é convidada para a festa de aniversário da filha do ministro Guido Mantega mesmo sem conhecê-la -"Ela é minha fã"- ou encena peças de teatro. No dia 16, estréia no Rio "Terror Show", espetáculo no qual atua, com o ex-"BBB1" André Gabbeth, vivendo uma novelista cubana sem braços.
Tina, que ganhou fama ao xingar todos os colegas até ser eliminada do "BBB2", ganhou emprego na produção dos programas de João Kleber na Rede TV!. "Participar do "BBB" é fundamental na vida de qualquer pessoa", sentencia ela.


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