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Brasileiros também cruzam os braços
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve em Hollywood fez
pelo menos dois roteiristas brasileiros cruzarem os braços.
Bráulio Mantovani ("Cidade
de Deus", "Tropa de Elite") e
Marcos Bernstein ("Central do
Brasil", "O Outro Lado da Rua")
são filiados ao sindicado WGA.
Mantovani freou o "Projeto
Beslan". Ele faria a segunda
versão do roteiro do filme -sobre o massacre na escola russa,
em 2004, ainda sem título-
quando a greve começou.
Bernstein estava em negociações para fechar um contrato.
Foram suspensas. Como o sindicato norte-americano exige a
paralisação apenas dos projetos produzidos pelos EUA, os
dois continuam trabalhando
em outras produções.
Bernstein escreve o filme sobre o médium Chico Xavier,
que Daniel Filho dirigirá. Mantovani prepara a produção inglesa "Nanny", a ser rodada no
Brasil, entre outros países.
Os dois são membros também da AC (Autores de Cinema), versão brasileira do WGA,
que reúne 25 roteiristas -trata-se de uma associação, não de
um sindicato. "Aqui, lidamos
com questões mais simples, no
entanto muito concretas, como
definir o valor justo a ser pago
por um roteiro", diz Bernstein.
A AC sugere R$ 50 mil como
valor mínimo para o roteiro de
um longa. "Estamos engatinhando. A AC é uma tentativa
de profissionalizar as relações
com os roteiristas. Lá, a briga é
como a das montadoras multinacionais com o sindicato dos
metalúrgicos [nos 80, aqui].
Não chegamos nem perto do
volume de dinheiro que eles geram", afirma Mantovani.
"A reivindicação dos roteiristas americanos se refere a uma
luta específica pela preservação
e o respeito aos direitos autorais. Estamos em sintonia com
esta greve por sua razão filosófica e causal, mas ainda muito
longe da paridade com as conquistas dos colegas americanos", diz o presidente da AC, Di
Moretti ("Latitude Zero").
(SA)
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