São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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Brasileiros também cruzam os braços

DA REPORTAGEM LOCAL

A greve em Hollywood fez pelo menos dois roteiristas brasileiros cruzarem os braços.
Bráulio Mantovani ("Cidade de Deus", "Tropa de Elite") e Marcos Bernstein ("Central do Brasil", "O Outro Lado da Rua") são filiados ao sindicado WGA.
Mantovani freou o "Projeto Beslan". Ele faria a segunda versão do roteiro do filme -sobre o massacre na escola russa, em 2004, ainda sem título- quando a greve começou.
Bernstein estava em negociações para fechar um contrato. Foram suspensas. Como o sindicato norte-americano exige a paralisação apenas dos projetos produzidos pelos EUA, os dois continuam trabalhando em outras produções.
Bernstein escreve o filme sobre o médium Chico Xavier, que Daniel Filho dirigirá. Mantovani prepara a produção inglesa "Nanny", a ser rodada no Brasil, entre outros países.
Os dois são membros também da AC (Autores de Cinema), versão brasileira do WGA, que reúne 25 roteiristas -trata-se de uma associação, não de um sindicato. "Aqui, lidamos com questões mais simples, no entanto muito concretas, como definir o valor justo a ser pago por um roteiro", diz Bernstein.
A AC sugere R$ 50 mil como valor mínimo para o roteiro de um longa. "Estamos engatinhando. A AC é uma tentativa de profissionalizar as relações com os roteiristas. Lá, a briga é como a das montadoras multinacionais com o sindicato dos metalúrgicos [nos 80, aqui]. Não chegamos nem perto do volume de dinheiro que eles geram", afirma Mantovani.
"A reivindicação dos roteiristas americanos se refere a uma luta específica pela preservação e o respeito aos direitos autorais. Estamos em sintonia com esta greve por sua razão filosófica e causal, mas ainda muito longe da paridade com as conquistas dos colegas americanos", diz o presidente da AC, Di Moretti ("Latitude Zero"). (SA)


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