São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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CDs

MPB
Comunhão
MARIO GIL
Gravadora:
Dançapé; Quanto: 22, em média; Avaliação: bom
O terceiro álbum de Mario Gil, compositor e violonista mineiro radicado em São Paulo, é uma feliz combinação de sons e temas fortemente brasileiros com interpretações e arranjos extremamente delicados. As músicas "Dançapé" e "De Flor em Flor", assim como as faixas "Acalanto" (esta na voz de Mônica Salmaso) e "Comunhão" são alguns exemplos dessa alquimia, que se apóia no toque suave de grandes músicos, em boas letras (quatro delas são de Paulo César Pinheiro) e no violão e no canto de Gil, muito discretos, mas eficientes.
POR QUE VER/OUVIR: é um passeio calmo e comovente por ritmos brasileiros, como choro, frevo e toada, e histórias nossas. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Country
The Story
BRANDI CARLILE
Gravadora:
Sony BMG; Quanto: R$ 30, em média; Avaliação: bom
Como precisamos escolher um gênero para classificar os CDs, e como a mocinha Carlile está vestida tal qual uma vaqueira americana nas fotos de seu álbum (lembrando o visual recente do White Stripes, a propósito), "country" era a melhor definição, mas não se deixe enganar: apesar da base ser a tradicional música caipira dos EUA, aqui também há folk, rock, pop, enfim. Soando às vezes como uma atualização da dramática Bonnie Tyler (como na faixa título), outras como uma Sheryl Crow melhorada ("Late Morning Lullaby"), Carlile, 26, compôs sozinha a maioria das 13 canções e as canta muito bem, além de tocar violão. Suas músicas são melódicas e, em sua maioria, tristes, tratando de romances, amores perdidos e sofrimentos variados, recorrendo às indefectíveis imagens da natureza do oeste -chuva, terra, cânions, pradarias.
POR QUE VER/OUVIR: pela beleza de composições como "Josephine", "Have You Ever", e "Cannonball". Um álbum que melhora com audições mais atentas, uma cantora que merece ser acompanhada doravante. (MAC)

Rock
The Black and White Album
THE HIVES
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 30, em média; Avaliação: bom
Quando as bandas do chamado "novo rock" estouraram, em 2001, era comum na época encontrar críticas do tipo: "Daqui a cinco anos ninguém mais vai falar desses grupos". Não que o futurismo tenha se mostrado errôneo, mas é uma visão míope da coisa -muitas daquelas bandas (Strokes, White Stripes, Vines, Hives, Kings of Leon, Black Rebel Motorcycle Club) sumiram, mas é inegável a importância que tiveram num certo rejuvenescimento que deram ao rock. Marcaram uma época -e alguns deles acabaram presos àquela época. É o caso dos suecos Hives. Após hits como "Hate to Say I Told You So", que reuniam peso, velocidade e melodia combinados de maneira coerente e excitante, a banda parecia perdida em algum universo distante. Neste novo álbum, finalmente temos novamente peso, velocidade e melodia -não da maneira precisa de sete anos atras, mas ainda assim muito bem feita.
POR QUE OUVIR: o Hives acerta em "Tick Tick Boom", "Try It Again" e "Won't Be Long", todas rock de garagem inspirado e atual. E tem "Well All Right", em que remetem às big bands. (THIAGO NEY)

Rap
Live From New York City
EMINEM
Gravadora:
ST2; Quanto: R$ 40, em média; Avaliação: regular
Um dos grandes fenômenos do rap desta década, Eminem não economizou na hora de gravar seu último DVD: cenário grandioso, telão gigantesco e pirotecnia, em pleno Madison Square Garden (NY), com ingressos esgotados. No palco, apenas ele, seu DJ e um rapper para ecoar suas rimas, que depois ganham a companhia de seus apadrinhados Obie Trice, Stat Quo e do sexteto D12, encabeçado por Eminem. O rapper faz um apanhado de sua carreira, intercalado por uma constrangedora encenação, exibida no telão entre suas idas e vindas ao backstage, na qual simula uma tentativa de suicídio, que deveria ser engraçada. Depois de mais de uma hora de show, bases e rimas soam repetitivas. Ficou faltando seu humor escrachado e as divertidas "Real Slim Shaddy", "Without Me" e "My Name Is".
POR QUE VER/OUVIR: apesar do mis-en-scène, é inegável o talento de Eminem para rimar. (BRUNA BITTENCOURT)


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