São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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crítica

Banalidades dominam filme mal executado

CRÍTICO DA FOLHA

Ainda que requentada vagamente a partir do argumento de "sexo, mentiras e videotape" (1989), que revelou o diretor e roteirista norte-americano Steven Soderbergh, a idéia desenvolvida por Euclydes Marinho e Rafael Dragaud para "Mulheres Sexo Verdades Mentiras" tem atrativos: agora, é uma mulher (Julia Lemmertz), e não um homem, quem usa a câmera para extrair confissões de outras mulheres.
Não é uma empreitada de cunho unicamente pessoal. A personagem é uma documentarista que resolve se dedicar à investigação dos desejos e do comportamento sexual de mulheres de diversas idades, classes sociais e interesses. Ao mesmo tempo, ela vive nova relação.
O filme que está sendo realizado -com a ajuda de um cinegrafista (Fernando Alves Pinto), e acompanhado por amigas, pela filha e pela irmã- se confunde com o filme a que assistimos. O que pertence inteiramente à ficção se mistura com o que talvez não pertença, lembrando um pouco o grau de incerteza que paira sobre "Jogo de Cena", de Eduardo Coutinho.
A fragilidade na execução da estratégia, no entanto, impede que se vá muito além da mera brincadeira. As banalidades de tom naturalista que pautam algumas das confissões, por sua vez, se aproximam perigosamente das conversas entre personagens de reality show. (SÉRGIO RIZZO)

MULHERES SEXO VERDADES MENTIRAS
Direção:
Euclydes Marinho
Quando: a partir de hoje no Frei Caneca Unibanco Arteplex e no HSBC Belas Artes
Avaliação: ruim


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