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crítica
Banalidades dominam filme mal executado
CRÍTICO DA FOLHA
Ainda que requentada vagamente a partir do argumento de "sexo, mentiras e
videotape" (1989), que revelou o diretor e roteirista norte-americano Steven Soderbergh, a idéia desenvolvida
por Euclydes Marinho e Rafael Dragaud para "Mulheres
Sexo Verdades Mentiras"
tem atrativos: agora, é uma
mulher (Julia Lemmertz), e
não um homem, quem usa a
câmera para extrair confissões de outras mulheres.
Não é uma empreitada de
cunho unicamente pessoal.
A personagem é uma documentarista que resolve se dedicar à investigação dos desejos e do comportamento
sexual de mulheres de diversas idades, classes sociais e
interesses. Ao mesmo tempo, ela vive nova relação.
O filme que está sendo realizado -com a ajuda de um
cinegrafista (Fernando Alves
Pinto), e acompanhado por
amigas, pela filha e pela irmã- se confunde com o filme a que assistimos. O que
pertence inteiramente à ficção se mistura com o que talvez não pertença, lembrando
um pouco o grau de incerteza
que paira sobre "Jogo de Cena", de Eduardo Coutinho.
A fragilidade na execução
da estratégia, no entanto, impede que se vá muito além da
mera brincadeira. As banalidades de tom naturalista que
pautam algumas das confissões, por sua vez, se aproximam perigosamente das
conversas entre personagens
de reality show.
(SÉRGIO RIZZO)
MULHERES SEXO VERDADES MENTIRAS
Direção: Euclydes Marinho
Quando: a partir de hoje no Frei
Caneca Unibanco Arteplex e no
HSBC Belas Artes
Avaliação: ruim
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