São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 2011 |
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Paulo Coelho se diz censurado pelo Irã Escritor anuncia que seus livros foram proibidos pelo regime e insinua que motivo é sua ligação com opositor Autor pede que Brasil tome medida contra proibição; ministra da Cultura diz que censura é "abominável" DE SÃO PAULO O escritor Paulo Coelho anunciou ontem que o Irã proibiu os livros dele no país e conclamou as autoridades brasileiras a intervirem no que classificou ao mesmo tempo como "decisão arbitrária" e "mal-entendido". Na versão em inglês de seu blog (paulocoelhoblog.com), o brasileiro reproduziu um e-mail em que Arash Hejazi, seu amigo e editor no Irã, lhe conta ter sido informado de que o Ministério da Cultura e Orientação Islâmica havia banido todas as obras do autor. Coelho insinua que o motivo é a sua ligação com Hejazi. O editor se diz perseguido pelo regime islâmico desde sua participação no socorro à jovem Neda Agha-Soltan, assassinada durante protestos nas eleições presidenciais de 2009. Captadas por um celular, as imagens de Neda baleada correram o mundo. Segundo oposicionistas, ela foi alvejada por uma milícia pró-regime, o que o governo nega. Arash Hejazi, que é médico, estava nos protestos e pegou Neda nos braços. Paulo Coelho localizou o amigo nas imagens, postou o vídeo em seu blog e deu apoio a Hejazi, que deixou o Irã. A polícia iraniana pediu à época ajuda à Interpol para capturá-lo. Coelho publica desde 98 no Irã, onde diz ter vendido mais de 6 milhões de livros. Questionado pela Folha sobre o motivo da medida, ele afirmou, por e-mail: "É muito difícil encontrar uma explicação para o fato de que livros já liberados tenham sido arbitrariamente proibidos". Disse ainda que um texto publicado ontem por Hejazi no blog do editor ajuda a esclarecer o caso. No post, Hejazi conta que sua editora foi fechada e explica a censura do regime. O autor de "O Alquimista" disse que vai disponibilizar gratuitamente na internet cópias em persa de suas obras. A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, disse que irá consultar o Itamaraty para verificar que tipo de medidas o país pode adotar. ABOMINÁVEL Hollanda deveria ligar para o chanceler Antonio Patriota. "Qualquer tipo de censura é abominável", disse ela. O Itamaraty disse que Patriota está em Buenos Aires e só deve se manifestar hoje. Colaborou a Sucursal do Rio Texto Anterior: Cinema 2: Morre o cineasta britânico Peter Yates, 82 Próximo Texto: Manifestantes fazem barulho na Paulista contra fim do Belas Artes Índice | Comunicar Erros |
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