|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Diretor do "Big Brother" pede para sair
J.B. de Oliveira deixa o cargo que ocupava desde 2001; saída não estaria vinculada à queda de audiência
DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA
O diretor-geral do "Big Brother Brasil", J.B. de Oliveira, o
Boninho, pediu afastamento do
cargo, que ocupa desde 2001,
quando o programa começou a
ser produzido. Boa parte do sucesso do "Big Brother" brasileiro é atribuído a Boninho.
A auto-indicação de Boninho
ao "paredão" da Globo aponta
para uma tendência de esgotamento do programa, mas não
teria a ver com a queda de audiência que o "reality show" registra nesta sétima edição.
As edições de terça-feira de
"BBB", que marcavam 50 pontos no Ibope há dois anos, caíram para 41 neste ano. O "reality" perdeu alguns pontos para
"Vidas Opostas", da Record,
mas continua sendo um megassucesso de audiência (dá mais
do que "A Grande Família", que
vai ao ar na mesma faixa de horário) e de faturamento.
Além disso, em 2005, "BBB"
era precedido pela novela "Senhora do Destino", maior audiência das 21h nesta década,
que encerrava os capítulos
marcando mais de 60 pontos.
Hoje, "Páginas da Vida" dificilmente passa dos 50.
Na semana passada, "BBB 7"
deu sinais de reação. Graças à
indicação ao "paredão" de um
personagem acusado de homofobia, o programa finalmente
"repercutiu", virou assunto nas
rodas de conversas.
A Folha apurou que "BBB 7"
teve um início tumultuado nos
bastidores. Diretores da Globo
acharam o elenco desinteressante para o telespectador
mais pobre. Sobrou até para
Pedro Bial. O apresentador,
avaliou-se na Globo, não conseguiu entrar em "sintonia"
com a casa, entrosar-se com os
participantes, perdeu a agilidade que demonstrou em outras
edições. Não entrou no ar.
O diretor Boninho nega haver qualquer problema com o
jornalista. "Pedro dá um show
no comando e participa ativamente de tudo", afirma. Perguntado sobre eventuais mudanças nas próximas edições,
ele se entrega: "Provavelmente,
a mudança será na direção, já
estamos discutindo isso", afirmou, via e-mail.
Boninho não revelou os motivos de seu pedido de afastamento do programa. A pessoas
próximas, ele confidenciou que
está cansado, que não agüenta
mais ficar sem ver os filhos nas
férias. Além disso, não estaria
mais suportando a pressão da
cúpula da Globo, que reclama
de quase tudo do "reality
show", da música que toca nas
festas ao som sobreposto aos
palavrões dos participantes.
Para Boninho, "Big Brother
Brasil" "pode durar muito" -a
Globo já comprou diretos para
exibi-lo até 2011. O diretor acha
"que ainda é cedo" para trocar
os participantes anônimos por
famosos. "O maior desafio seria
o elenco. Não seria interessante escalar um grupo sub-VIP. E
convencer estrelas "reais" a participar de um programa como
esse, com três meses de exposição, vai dar trabalho", afirma.
Boninho não acredita que o
maior número de participantes
(16 começaram o programa
neste ano) tenha afastado o telespectador no início. "Fizemos a opção de colocar mais
pessoas para dar tempo ao público se acostumar e conhecê-los melhor. A casa vai bem, os
participantes estão funcionando como imaginávamos. O jogo
está melhor e nos livramos do
espírito chato e de união do
"BBB 6". Temos intrigas, romances, panelinha, traição. Está tudo aí", defende Boninho.
Texto Anterior: Faxineiro cria "BBB" em sua casa Próximo Texto: Gosto: Briga e sexo dão tempero ao "reality" Índice
|